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📈 Depois que a Moody's elevou a nota de classificação, o risco Brasil apresentou um forte recuo. Essa medida é avaliada por meio dos CDS (Contratos de Credit Default Swaps), negociados na bolsa de valores.
Segundo dados do S&P Global, entre a noite de terça (1º) e esta quarta (2), os contratos de cinco anos do Brasil caíram 4%, para cravados 146 pontos. Alguns outros países emergentes tiveram bons resultados neste período também, mas o Brasil liderou a lista.
“É uma boa notícia, que nos deixa a apenas um passo para retomar o grau de investimento”, diz o economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles, em entrevista ao Valor. Ele acredita que, mesmo com a nova nota e com o recuo do risco Brasil, o país precisa tratar algumas questões antes de chegar ao grau de investimentos.
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“A parte fiscal é, de fato, um ponto fraco. É o calcanhar de Aquiles da economia brasileira há bastante tempo”, destacou ele. “E para que nós tenhamos convicção de que vamos conseguir manter [o crescimento mais forte] seria importante ver um ganho maior de produtividade”, continuou.
Essa opinião foi corroborada pelos analistas da XP Investimentos, que emitiram um relatório sobre a nova nota do Brasil. Eles entendem que, mesmo com a perspectiva positiva, o cenário ainda continua desafiador para a economia brasileira e que é necessária uma mudança estrutural nas contas públicas.
Para Rodolfo Margato, Tiago Sbardelotto, Camilla Dolle e Mayra Rodrigues, é importante alcançar um superaviit primário de 1,2% no PIB (Produto Interno Bruto) deste ano para que o país se estabilize em 2025.
“A agência de classificação de risco espera que os resultados fiscais primários melhorem gradualmente, em linha com as metas oficiais nos próximos 2-3 anos, considerando um crescimento econômico constante e os esforços do governo para aumentar as receitas e reduzir os gastos”, destaca a XP.
Na terça, a Moodys elevou a nota de crédito do Brasil do nível “Ba2” para “Ba1”, com perspectiva positiva. Isto é, agora o país está a um único degrau da linha de investimentos, quando investidores estrangeiros se sentem mais confiáveis em fazer aportes.
A agência fez esse reajuste porque entendeu que houve uma melhora significativo no crédito do país, fato que pode ser visto no crescimento do PIB e nas reformas econômicas e fiscais em tramitação. Os analistas destacaram, porém, que o arcabouço fiscal tem sua “credibilidade moderada” pelo alto custo da dívida.
"Em contrapartida, um crescimento mais robusto e uma política fiscal com adesão consistente ao arcabouço fiscal permitirão que a carga da dívida se estabilize no médio prazo, embora em níveis relativamente altos", disse a agência.
O Brasil agora faz parte de uma lista que conta com outras economias importantes, como Espanha, Grécia e Marrocos.
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