Uma das metrópoles mais importantes dos Estados Unidos e do mundo passa a ter um novo prefeito em 2026. Zohran Mamdani (Democratas) foi eleito nesta terça-feira (4) para um mandato de quatro anos, no lugar de Eric Adams.
A vitória foi confirmada quando quase todas as urnas haviam sido apuradas na cidade. Assim, ele venceu Andrew Cuomo (Republicanos) pela segunda vez, contando com os resultados das eleições primárias.
Mamdani é autodeclarado socialista e baseou quase toda a sua campanha nas redes sociais. O anúncio da candidatura, inclusive, foi feito por meio de um vídeo durante uma maratona de corrida na capital financeira dos EUA.
Aos 34 anos, ele faz parte de uma nova geração do Partido Democrata, que tem tido dificuldades em renovar seu quadro político. Nascido em Uganda, ele é um imigrante que se mudou para os EUA durante a infância, além de ser muçulmano, religião da qual é praticante.
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Alguns dos seus motes de campanha foram a defesa do transporte gratuito em Nova Iorque, além do congelamento do preço dos aluguéis na cidade. O custo habitacional é um dos maiores problemas enfrentados pelos norte-americanos nos últimos anos.
A vitória de Zohran veio mesmo a contragosto do presidente Donald Trump, que fez várias críticas públicas ao então candidato. Durante a campanha, o chefe da Casa Branca disse que tinha “todos os controles e cartas na mão” para impedir uma vitória de quem ele chamou de “lunático comunista”.
Depois do anúncio da vitória do novo prefeito, Trump disse que o resultado não foi bom para os republicanos e culpou o shutdown (paralisação do governo dos EUA). “Ontem à noite, você sabe, não esperava que fosse uma vitória”, disse ele, durante café da manhã com senadores. “Mas tivemos uma noite interessante e aprendemos muito”, completou.
Durante seu discurso, o agora eleito prefeito de NYC fez diversas críticas ao presidente, além de enviar recados diretos a ele. “Donald Trump, já que eu sei que você está assistindo isso, tenho três palavras para você: aumente o volume”, começou.
“Neste momento de escuridão política, Nova Iorque será a luz. Aqui acreditamos em defender aqueles que amamos, sejam eles imigrantes, membros da comunidade trans, uma das muitas mulheres negras que Donald Trump demitiu de um emprego federal, uma mãe solteira que ainda está esperando que os preços dos alimentos caiam ou qualquer outra pessoa que se encontre entre a cruz e a espada. A luta deles também é nossa”, continuou.
As eleições municipais e de condados foram o primeiro teste de ferro de Trump depois que ele foi eleito presidente dos EUA. E os eleitores mandaram um recado bastante direto ao republicano, que ostenta um dos piores índices de avaliação deste seu segundo mandato, conforme mostram as pesquisas de opinião.
Na Costa Leste dos EUA, democratas de diferentes espectros ideológicos foram eleitos para comandar cidades e estados importantes. Em Nova Jersey, Mikie Sherrill venceu o candidato apoiado por Trump e levou o cargo de governadora. O movimento se replicou também na Virgínia, onde Abigail Spanberger ganhou a corrida e se tornou a primeira governadora mulher do estado.
Recém-casado com Rama Duwaji, Mamdani atua como deputado federal por Nova Iorque desde 2021. Ele nasceu em Uganda, mas foi criado na África do Sul, onde viveu até os sete anos de idade, quando migrou com seus pais para os EUA.
Ele ganhou notoriedade nacional em 2021, quando participou de uma greve de fome junto de taxistas de Nova Iorque que buscavam uma queda nas dívidas. No entanto, antes disso, também foi rapper, época em que usava o nome artístico de Young Cardamom.
Nos últimos anos, recebeu diversas críticas sobre a forma como abordou temas do Oriente Médio, como a guerra entre Israel e Hamas. Ele acusou o governo de Tel Aviv de genocídio contra os Palestinos, o que não foi bem visto por parte da população norte-americana, especialmente a comunidade judia.
"Espero ser prefeito de cada pessoa que chama esta cidade de lar, não apenas daqueles que votaram em mim nas primárias democratas, não apenas daqueles que votarem em mim nesta eleição geral, mas de todos os 8,5 milhões de nova-iorquinos – e isso inclui os nova-iorquinos judeus que possam ter preocupações ou oposição às posições que compartilhei sobre Israel e Palestina", comentou durante a disputa eleitoral.
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