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📉 O Banco Central da Argentina cortou a taxa básica de juros em 500 pontos-base nesta sexta-feira (1º). Assim, a taxa equivalente a Selic brasileira fica em 35% ao ano.
Essa medida foi considerada surpreendente por muitos analistas, considerando que a inflação anual do país vizinho continua em níveis alto, em 236% nos últimos doze meses, de acordo com dados oficiais. No entanto, a autarquia diz que o movimento reflete a liquidez e a expectativa de queda dos preços.
“A decisão do Banco Central baseia-se na consideração do contexto de liquidez, da descida observada nas expectativas de inflação manifestada tanto na Pesquisa de Expectativa de Mercado quanto nos níveis implícitos no mercado secundário de valores mobiliários, e no reforço da âncora orçamental”, diz comunicado.
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Esse é o sétimo corte seguido da taxa de juros promovido em 2024 pelo governo de Javier Milei. Em dezembro do ano passado, logo o político assumiu a presidência, o índice estava em 133% ao ano, quatro vezes mais que o atual.
Para chegar aos patamares atuais, o governo federal cortou grande parte da despesa pública em diversos setores. As medidas também tiveram impacto no crescimento econômico do país, mas parecem conduzir algum efeito sobre a inflação oficial.
O último levantamento feito pelo Indec mostrou que, em setembro, os preços subiram 3,5%. Em termos de comparação, no final de 2023, o avanço foi de 25% apenas em dezembro.
🔎 Na última semana, um relatório do Fundo Monetário Internacional manteve as perspectivas nada animadoras para a Argentina. O órgão projeta uma queda de 3,5% no Produto Interno Bruto e uma inflação de 140% no acumulado de doze meses até dezembro.
O FMI destaca que o país deve registrar a maior retração da América do Sul e uma das maiores entre os países que são acompanhados.
No entanto, para 2025, a perspectiva é de uma alta de 5% no PIB, chegando a uma inflação de 45%, o que é alta para os padrões internacionais, mas baixa para o contexto argentino.
Também em outubro, o Banco Mundial outorgou um financiamento de US$ 8,8 bilhões ao governo Milei para proteção social, educação e ajuda de setores vulneráveis da economia. O dinheiro deve ser usado, também, para baratear os custos de transporte e eletricidades que têm sido um dos grandes problemas para a população em todo o país.
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