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Nesta segunda-feira (18), o governo brasileiro lançou de forma inédita a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O grupo nasce composto por 148 membros, entre os entes do G20, países convidados, além de instituições internacionais de peso, caso do Banco Mundial e da ONU (Organização das Nações Unidas).
🍴 A Aliança nasce durante o mandato do Brasil à frente do G20, com o objetivo de trazer a fome e a pobreza para o centro do debate global. Todas as 20 maiores economias do mundo se juntaram à iniciativa, inclusive a Argentina que ensaiou ficar de fora, mas voltou atrás depois da oficialização do grupo.
Segundo o governo, em termos práticas a Aliança deve abrir caminho para o compartilhamento de iniciativas, na tentativa de implementar políticas públicas que deram certo nos países componentes. O Bolsa Família é um dos exemplos citados pelos membros como ações que podem ser estruturadas globalmente.
Para dar andamento à Aliança, as agências globais de fomento já anunciaram recursos financeiros que podem facilitar a adoção de medidas pelos países. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por exemplo, se comprometeu a liberar até US$ 25 bilhões para países de pobres ou de renda média baixa.
A sede do programa será no escritório da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura em Roma, na Itália. Brasil, Alemanha, Noruega, Portugal e Espanha devem se dividir para cobrir os custos de R$ 17,2 milhões anuais pelo menos até 2030, conforme comunicado do Itamaraty.
"Vivemos hoje um marco histórico. A Aliança que construímos juntos, a partir da visão do presidente Lula, está agora pronta para transformar vidas e construir um futuro livre de fome e pobreza extrema", afirmou o ministro de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. "Este não é apenas mais um fórum de discussão – é um mecanismo prático para canalizar conhecimento e financiamento de forma eficaz e alcançar aqueles que mais precisam", pontuou.
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O último relatório da ONU mostrou que 733 milhões de pessoas estão em situação de fome ao redor do mundo. O número é mais preponderante em países da África e Ásia, onde estão mais da metade desses cidadãos que vivem abaixo da linha da pobreza.
A erradicação da fome é um dos 17 objetivos sustentáveis da ONU que tem o prazo de até 2030 para serem alcançados. Junto dele, estão a redução das desigualdades, fornecimento de água potável para todos, além de outras 14 propostas assinadas pelos países.
Na análise do economista-chefe da FAO, Máximo Torero, a liderança do Brasil neste tema é importante porque traz benefícios reais para a presidência do país no G20. Além disso, é uma janela de oportunidades para este e o próximo ano, quando o país latino sedia a COP 30 e preside o BRICS+, respectivamente.
"É importante lincar a aliança com a agenda climática. Então, o fato de o Brasil estar liderando o G20, coordenando isso de perto com o G7, presidido pela Itália, e passando ano que vem para o Brics e depois para a COP 30 é uma grande oportunidade para atrair também as questões climáticas para a segurança alimentar", defendeu.
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