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A agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito soberano do Brasil nesta terça-feira (1º), de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. Com isso, o país fica a um passo de recuperar o grau de investimento.
📈 De acordo com a Moody's, a revisão se deve a melhorias materiais de crédito, ao crescimento maior do que o esperado do PIB (Produto Interno Bruto) e ao histórico crescente de reformas econômicas e fiscais, como a reforma tributária.
A Moody's espera que a economia brasileira avance 2,5% em 2024 e mantenha um crescimento robusto nos próximos anos, apoiada pelo impacto das reformas estruturais, por um aumento dos investimentos e um mercado de trabalho relativamente forte.
Já a perspectiva positiva do rating reflete a possibilidade de que o crescimento estável e o cumprimento das regras fiscais ajudem a aumentar a credibilidade institucional e a reduzir os custos da dívida brasileira.
Para o Tesouro Nacional, "a elevação da nota de crédito pela Moody’s reflete o reconhecimento dos avanços nas contas públicas, de um cenário propício ao crescimento e da solidez dos fundamentos da economia brasileira".
💲 Para a Moody's, a credibilidade da estrutura fiscal do Brasil ainda é "moderada" e o custo da dívida brasileira deve se estabilizar nos próximos anos, mas em "níveis relativamente altos".
A agência também falou em "riscos persistentes" para o cumprimento das metas fiscais brasileiras, "devido à rigidez estrutural dos gastos e ao aumento nos gastos obrigatórios, como previdência social, programas de assistência social e gastos com saúde e educação".
"Essas limitações pesam na credibilidade da política fiscal e complicam os esforços contínuos para cumprir as metas fiscais, o que prejudica a eficácia da política e contribui para prêmios de risco relativamente altos", afirmou.
Ainda assim, a Moody's acredita que os resultados primários do governo vão melhorar gradualmente nos próximos dois ou três anos, em linha com as metas fiscais.
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A meta do governo é zerar o déficit primário neste ano. Contudo, permite um rombo de até R$ 28,8 bilhões nas contas públicas. Por isso, atualmente o governo projeta um déficit de R$ 28,3 bilhões para 2024.
Diante desse alerta sobre o fiscal, o Tesouro Nacional reafirmou, em nota, o "compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais, empreendendo esforços para aumentar a arrecadação e conter gastos".
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o relatório da Moody's "está em linha" com o que o governo vem defendendo no campo fiscal: a estabilidade dos gastos públicos.
A elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody's ocorre uma semana depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visitarem as agências de classificação de risco em Nova York.
O presidente Lula solicitou as reuniões para entender como as agências avaliam as políticas que vêm sendo implementadas no Brasil, pois gostaria que o país recuperasse o grau de investimento até o final do seu mandato, em 2026.
Nesta terça-feira (1º), depois da melhora do rating brasileiro pela Moody's, Haddad mostrou-se confiante com a recuperação do grau de investimento até 2026. "Algo que parecia muito distante está a mão, se não tivermos receio de tomar as medidas necessárias para o reequilíbrio das contas", afirmou.
O ministro destacou, no entanto, que "ainda há um trabalho a ser feito no campo das receitas e despesas, que pode nos permitir reequilibrar as contas, voltas a baixar a taxa de juros e voltar a ter o grau de investimento".
Segundo ele, o relatório da Moody's "está em linha" com o que o governo vem defendendo no campo fiscal: a estabilidade dos gastos públicos.
Com a melhora do rating anunciada nesta terça-feira (1º), o Brasil já está a um passo do grau de investimento pela Moody's. Contudo, segue a dois degraus na Fitch e na S&P.
O grau de investimento é um selo de bom pagador, que indica que o país não corre o risco de dar um calote na dívida pública. Por isso, permite que o país capte recursos no mercado internacional com custos menores e melhores condições de pagamento.
O Brasil perdeu o grau de investimento entre 2015 e 2016, em meio à piora das contas públicas. Porém, voltou a ter sua nota melhorada gradualmente pelas agências de classificação de risco recentemente.
A Fitch elevou a nota de crédito do Brasil, de BB- para BB, com perspectiva estável, em julho de 2023. A agência creditou a revisão a "um desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado" e manteve este rating em julho deste ano.
A S&P também elevou a nota de crédito do Brasil, de BB- para BB, com perspectiva estável, em 2023. A revisão ocorreu em dezembro, logo após a aprovação da reforma tributária. Já a Moody's já havia elevado a perspectiva da nota de crédito brasileira para positiva em maio deste ano.
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