Moody's corta perspectiva de rating dos Estados Unidos

Rating segue em Aaa, mas perspectiva foi rebaixada de estável para negativa por causa de riscos fiscais

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Publicado em 11/11/2023 às 21:03h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 11/11/2023 às 21:03h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
O Departamento de Tesouro dos Estados Unidos (Shutterstock)

A agência de classificação de risco Moody's revisou nesta sexta-feira (10) o rating dos Estados Unidos. A nota de crédito foi mantida no maior nível, Aaa. Porém, a perspectiva foi rebaixada de estável para negativa.

A mudança na perspectiva da nota de crédito dos Estados Unidos foi justificada por riscos fiscais, em um cenário de juros altos e polarização política. A perspectiva é de que a maior economia do mundo mantenha o perfil de crédito soberano, mas registre déficits "muito elevados".

Em comunicado, a Moody's disse que a principal razão da mudança de perspectiva, de estável para negativa, foi o aumento dos riscos fiscais dos Estados Unidos, a tal ponto que "podem já não ser totalmente compensados pela força de crédito única do soberano".

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"No contexto de taxas de juros mais elevadas, sem medidas de política fiscal eficazes para reduzir as despesas públicas ou aumentar as receitas, a Moody's espera que os déficits fiscais dos Estados Unidos permaneçam muito elevados", afirmou a agência de classificação de risco.

A Moodys's ainda citou a "polarização política contínua no Congresso dos Estados Unidos" como um risco adicional de que "sucessivos governos não consigam chegar a consenso sobre um plano fiscal".

EUA mantém perfil soberano

Apesar de ter cortado a perspectiva da nota de crédito americana, a Moody's disse que manteve o rating em AAA pela visão de que "a formidável força de créditos dos Estados Unidos" vai "continuar a preservar o perfil de crédito soberano".

"A Moody's espera que os Estados Unidos mantenham a sua força econômica excepcional", declarou, citando fatores que podem desacelerar a deterioração fiscal americana. Entre eles, surpresas no crescimento econômico; a força das instituições e da governança americana, em especial pela efetividade das políticas fiscais e macroeconômicas; o papel central do dólar e dos títulos do Tesouro americano no sistema financeiro global.