Lula indica três novos diretores para o Banco Central, conheça

O indicado para a Diretoria de Política Monetária é o atual chefe de Operações Tesouraria do Bradesco.

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Publicado em 29/11/2024 às 17:31h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 29/11/2024 às 17:31h Atualizado 1 minuto atrás por Marina Barbosa
Se aprovados pelo Senado, novos diretores tomarão posse em 2025 (Imagem: Shutterstock)

O Banco Central (BC) vai ganhar três novos diretores no próximo ano. E os escolhidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para essas posições foram anunciados nesta sexta-feira (29). Dois deles atuam no serviço público e o outro vem do mercado financeiro.

🏦 Veja os indicados de Lula:

  • Izabela Correa, na vaga de Carolina de Assis Barros, na Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta;
  • Gilneu Vivan, na vaga de Otávio Damaso, na Diretoria de Regulação;
  • Nilton David, na vaga de Gabriel Galípolo, Diretoria de Política Monetária.

De acordo com o Banco Central, a indicação dos novos diretores será formalmente enviada ao Senado Federal na próxima semana. Os escolhidos de Lula precisam ser sabatinados e aprovados pelo Senado Federal para tomar posse.

🗓️ Se aprovados, os novos diretores devem assumir em 1º de janeiro de 2025. Ou seja, no mesmo dia em que Gabriel Galípolo deixará a Diretoria de Política Monetária para assumir a presidência do BC, no lugar de Roberto Campos Neto.

Desde a aprovação da autonomia do Banco Central em 2021, os diretores da autoridade monetária têm mandatos fixos de quatro anos. Logo, se aprovados, esses nomes devem ficar no BC até 2029.

O perfil dos indicados

Indicada para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Izabela Moreira Correa é servidora do Banco Central do Brasil desde 2006 e atualmente ocupa a Secretária de Integridade Pública da Controladoria-Geral da União.

Ela é graduada em administração pública pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro, mestra em Ciência Política pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e doutora em Governo pela London School of Economics and Political Science. Também foi pesquisadora de pós-doutorado na Escola de Governo da Universidade de Oxford.

O indicado para a Diretoria de Regulação, Gilneu Vivan, é servidor do Banco Central desde 1994 e atualmente é chefe do Denor (Departamento de Regulação do Sistema Financeiro).Também já comandou o Departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro Nacional e representou o Brasil em grupos internacionais como o Analytical Group on Vulnerabilities, do Financial Stability Board.

Ele é mestre e bacharel em Economia pela UnB (Universidade de Brasília) e pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), respectivamente.

Já Nilton David, indicado para substituir Gabriel Galípolo na Diretoria de Política Monetária, atua no mercado financeiro. Afinal, esta é a diretoria que tende a conversar mais com o mercado sobre questões como os juros.

Atualmente, David é o chefe de Operações Tesouraria do Banco Bradesco (BBDC4). Também já passou por instituições como Morgan Stanley, Canvas Capital, Citi e Barclays, no Brasil e em Nova York. Ele é graduado em Engenharia de Produção pela Escola de Engenharia Politécnica da USP (Universidade de São Paulo).

Diretoria do BC

Lula já havia indicado outros quatro diretores para o Banco Central desde o início deste mandato:

  • Ailton de Aquino Santos, Diretor de Fiscalização;
  • Paulo Picchetti, Diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos​;
  • Rodrigo Alves Teixeira, ​​​Diretor de Administração​;
  • Gabriel Muricca Galípolo, ​Diretor de Política Monetária que assumirá a presidência do BC em 2025.

Logo, o governo Lula passará a ter indicados na presidência e em seis das oito diretorias do BC a partir de 2025, caso o Senado aprove as novas indicações. Restarão, portanto, apenas dois dos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL):

  • Diogo Abry Guillen, ​​​Diretor de Política Econômica;
  • Renato Dias de Brito Gomes, ​​Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução.

Os nomes dos próximos diretores do Banco Central vinham sendo negociados há algum tempo no governo. Aprovado em outubro pelo Senado para assumir a presidência do BC em 2025, Gabriel Galípolo teria tratado do assunto com Lula, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.