Lula critica tarifas e defende relação entre Brasil e China

Em visita à China, Lula disse que "guerras comerciais não têm vencedores".

Author
Publicado em 13/05/2025 às 09:22h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 13/05/2025 às 09:22h Atualizado 2 minutos atrás por Marina Barbosa
Os presidentes Xi Jinping e Lula assinaram acordos comerciais nesta 3ª feira (Imagem: Ricardo Stuckert/Presidência)

Em visita à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a "imposição de tarifas arbitrárias" e disse que a "relação entre Brasil e China nunca foi tão necessária".

🗣️ "Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo", afirmou Lula, ao lado do presidente chinês, Xi Jinping.

Lula e Xi Jinping assinaram uma série de acordos nesta terça-feira (13), para estreitar o relacionamento comercial e facilitar os investimentos entre os dois países, sobretudo nas áreas de infraestrutura, sustentabilidade e energia.

Os acordos vão permitir, entre outras coisas, a expansão da produção brasileira de remédios, vacinas e equipamentos médicos, além do lançamento de dois satélites para monitoramento ambiental, agrícola e meteorológico e da cooperação entre os Bancos Centrais do Brasil e da China.

💲 Na segunda-feira (12), o governo brasileiro já havia anunciado a atração de R$ 27 bilhões em investimentos chineses para o país.

A montadora de veículos chineses GWM, por exemplo, vai investir R$ 6 bilhões para expandir suas operações no Brasil. Já a plataforma de delivery chinesa Meituan vai investir R$ 5 bilhões para entrar no mercado de entrega brasileiro, por meio do aplicativo Keeta.

Guerra comercial

Lula reuniu-se com Xi Jinping em meio às negociações sobre a guerra tarifária entre Estados Unidos e China. Por isso, aproveitou a ocasião para criticar o unilateralismo e o protecionismo.

Na avaliação do presidente brasileiro, a "imposição de tarifas arbitrárias" só agrava as "distorções no comércio internacional, especialmente no intercâmbio de produtos agrícolas".

Ele defendeu, então, o aperfeiçoamento da ordem multilateral, além de "trocas equilibradas" entre os países.

"Guerras comerciais não têm vencedores. Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis em todos os países. O presidente Xi Jinping e eu defendemos um comércio justo e baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio", declarou.

No seu primeiro pronunciamento público após o acordo firmado com os Estados Unidos para a redução temporária das tarifas, Xi Jinping reforçou a ideia de que "não há vencedores em guerras tarifárias e comerciais". Segundo ele, "bullying e hegemonismo só levam ao autoisolamento".

Xi Jinping ainda mostrou-se disposto a estreitar os laços comerciais com a América Latina e o Caribe e prometeu estimular investimentos chineses na região.