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Na contramão do movimento de aperto monetário global, o Banco do Japão decidiu nesta sexta-feira (22/09) manter a sua política de juros negativos. A taxa foi mantida em -0,1% em decisão unânime.
Além de seguir com juros negativos no curto prazo, o Banco do Japão manteve a perspectiva de que o rendimento dos títulos públicos japoneses de 10 anos varie perto de 0%, no limite de 1%.
O BoJ, na sigla em ingês, indicou ainda que continuará dando suporte à economia local até que a inflação volte à meta de 2% ao ano de forma sustentável.
No comunicado de política monetária, o BoJ diz que a política de flexibilização monetária será mantida pelo tempo que for necessário para que a inflação volte à meta de maneira estável. Além disso, garante que continuará apoiando empresas e mercados e afirma que “não hesitará em tomar medidas de flexibilização adicionais, se necessário”.
“Com incertezas extremamente elevadas em torno das economias e dos mercados financeiros internos e no exterior, o Banco continuará pacientemente com a flexibilização monetária, ao mesmo tempo que responderá com agilidade à evolução da atividade econômica e dos preços, bem como das condições financeiras. Ao fazer isso, terá como objetivo atingir a meta de estabilidade de preços de 2% de uma forma sustentável e estável, acompanhada de aumentos salariais”, disse.
A inflação japonesa atingiu 3,2% nos 12 meses encerrados em agosto. O BoJ disse que o índice vem crescendo mais lentamente, mas observou que as expectativas de inflação voltaram a mostrar movimentos ascendentes.
Ainda de acordo com o comunicado de política monetária, o BoJ vê a economia japonesa se recuperando de forma moderada e espera que a atividade econômica local mantenha esse ritmo de recuperação, apesar da perspectiva de desaceleração das economias estrangeiras.
A manutenção da política de juros negativos japonesa destoa da posição adotada por outros bancos centrais nesta semana. O Fed (Federal Reserve) manteve a taxa de juros americana inalterada, mas indicou que os juros podem voltar a subir ainda em 2023 e disse que a política monetária seguirá em terreno restritivo pelo tempo que for necessário para levar a inflação de volta à meta de 2% ao ano. O Banco da Inglaterra seguiu o mesmo caminho, em uma decisão apertada.
No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa Selic de 13,25% para 12,75% e adiantou que vê outros cortes de mesma magnitude na taxa básica de juros da economia brasileira. O recado afastou a possibilidade de intensificação do ritmo de corte dos juros, que vinha sendo ventilada pelo mercado.
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