IGP-M recua 0,34% em março puxado pelo minério de ferro

A expectativa de analistas era de uma retração mais modesta, em torno de 0,17%, segundo levantamento da Reuters.

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Publicado em 28/03/2025 às 09:30h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 28/03/2025 às 09:30h Atualizado 2 dias atrás por Matheus Silva
Segundo analistas, o recuo veio mais forte do que o esperado (Imagem: Shutterstock)

📊 O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou queda de 0,34% em março, após ter avançado 1,06% em fevereiro.

O recuo, divulgado nesta sexta-feira (28) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), veio mais forte do que o esperado e reforça um cenário de descompressão nos preços ao longo da cadeia produtiva.

A expectativa de analistas era de uma retração mais modesta, em torno de 0,17%, segundo levantamento da Reuters.

Com isso, o resultado do mês surpreendeu o mercado e reforça a leitura de que pressões inflacionárias estão arrefecendo, ao menos no atacado.

Minério de ferro lidera queda no atacado

O principal responsável por esse movimento foi o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% da composição do IGP-M e mede a variação dos preços no atacado.

O IPA recuou 0,73% em março, revertendo a alta de 1,17% registrada em fevereiro.

Entre os itens que puxaram essa deflação, o minério de ferro teve um papel central. A commodity apresentou queda de 3,64% no mês, após ter subido 0,32% no mês anterior.

O movimento reflete preocupações externas, como tensões comerciais globais, que têm impactado a demanda e os preços internacionais do minério.

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Preços ao consumidor também mostram alívio

Na ponta do consumidor, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-M, desacelerou para uma alta de 0,80%, abaixo do avanço de 0,91% observado em fevereiro.

Parte dessa desaceleração está ligada à dissipação dos aumentos sazonais de início de ano, como os reajustes nas mensalidades escolares.

Outro fator de destaque foi a queda expressiva nos preços das passagens aéreas, que caíram 13,71% no período e contribuíram para aliviar a inflação percebida pelo consumidor.

Construção civil ainda avança, mas em ritmo menor

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que representa os 10% restantes da cesta do IGP-M, mostrou leve desaceleração.

O indicador subiu 0,38% em março, ante uma elevação de 0,51% em fevereiro. A alta moderada sugere um ritmo mais equilibrado nos custos do setor.

Acumulado em 12 meses ainda é elevado

Apesar da deflação no mês, o IGP-M acumula alta de 8,58% nos últimos 12 meses.

📈 O índice é amplamente utilizado como referência para reajustes de contratos, especialmente no setor imobiliário, e segue pressionado no acumulado por variações passadas intensas nos preços ao produtor.