Hapvida (HAPV3) vira ‘queridinha’: veja o que atrai gestores e afasta Rede D’Or

A percepção foi relatada pelo Santander, após uma rodada de reuniões com 17 grandes gestores de fundos.

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Publicado em 10/06/2025 às 18:26h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 10/06/2025 às 18:26h Atualizado 2 dias atrás por Matheus Silva
A ação fechou o pregão desta terça-feira (10) com alta de 1,86%, cotada a 40,63 (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Hapvida (HAPV3) tem ganhado espaço no radar dos investidores institucionais e começa a ocupar o protagonismo que antes era majoritariamente da Rede D’Or (RDOR3).

A percepção foi relatada pelo Santander (SANB11), após uma rodada de reuniões com 17 grandes gestores de fundos, que apontaram maior otimismo com a operadora de saúde cearense.

Segundo os analistas do banco, três fatores explicam essa mudança de preferência: preço atrativo após reprecificação dos múltiplos,melhora operacional percebida e confiança crescente na gestão do capital de giro.

O recente grupamento de ações — de 15 para 1 — realizado em maio, elevou o preço de face do papel, mas não alterou os fundamentos da empresa.

Na prática, a ação se tornou visualmente mais valorizada, o que ajudou a melhorar a percepção do mercado, mesmo sem mexer nas projeções do banco, cujo preço-alvo foi ajustado para R$ 54.

O desempenho também ajuda: no acumulado do ano, a ação da Hapvida tem performance superior à da Rede D’Or, o que reforça o interesse.

A ação fechou o pregão desta terça-feira (10) com alta de 1,86%, cotada a 40,63.

Nova lógica dos gestores: eficiência > crescimento de beneficiários

As conversas mais recentes com investidores também revelaram uma mudança no foco de análise: se antes a expansão da base de beneficiários era o principal motor de valorização das operadoras de saúde, agora o mercado quer ver eficiência operacional e controle de custos.

Indicadores como sinistralidade médica (MLR), evolução dos depósitos judiciais e despesas administrativas têm mais peso na decisão de alocação, e a Hapvida vem mostrando avanços consistentes nesses quesitos.

Segundo o Santander, o mercado está mais confiante na capacidade da Hapvida de recuperar margens no segundo trimestre e otimizar capital de giro, fatores essenciais para destravar valor no curto prazo.

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Rede D’Or ainda é respeitada, mas perdeu momento

A Rede D’Or continua bem posicionada no setor hospitalar, com bons fundamentos e histórico sólido de crescimento.

Entretanto, o forte desempenho recente da ação levou parte dos investidores a realizar lucros, e os múltiplos mais elevados — com P/L estimado em 20 vezes para 2025 — dificultam a continuidade da valorização sem novos catalisadores.

Além disso, o adiamento de parte do plano de expansão da companhia contribuiu para esfriar a empolgação de parte do mercado com a operadora.

Alocação em saúde cresce, com destaque para HAPV3

Entre os gestores consultados, 44% afirmaram manter posição na Hapvida, uma alta em relação aos 40% de março, mas ainda abaixo dos 67% registrados no ano passado.

Mesmo assim, o dado mostra uma retomada no interesse pela ação, especialmente após a reprecificação do papel.

De forma geral, 76% dos gestores têm alocação em empresas de saúde ou educação, segundo o Santander — acima dos 65% registrados em março.

📊 A Hapvida se destaca como a companhia com maior assimetria de valor, segundo o banco, o que justifica o retorno gradual dos aportes institucionais.