Relatório do BofA indica ganhos de eficiência de operadoras de saúde
O Banco pautou a análise devido a um estudo da ANS que mostra desempenho positivo do setor.
🏥 As ações da Hapvida (HAPV3) fecharam o pregão desta segunda-feira (22) em queda de 5,72%, cotadas a R$ 3,79, na bolsa de valores de São Paulo (B3). A queda dos papéis, segundo analistas consultados pelo Investidor10, ainda reflete a notícia sobre o descumprimento de decisões judiciais relacionadas às recusas de tratamento médico e fornecimento de remédios pela empresa.
No entanto, apesar dos números de reclamações e processos judiciais contra a empresa gerarem ruídos, em um primeiro momento, os especialistas de mercado acreditam que a Hapvida está alinhada à média do setor, neste quesito.
"O que ocorre, neste momento, é a publicidade negativa para a reputação da empresa. A judicialização não é uma exclusividade deles, é uma questão mais setorial, problemática, mas óbvio que é quando é jogada luz sobre esse problema acaba trazendo consequências qualitativas ruins para o papel e para a companhia como um todo", disse o analista da Empiricus, Fernando Ferrer.
"O mercado decidiu penalizar [a Hapvida] mais até do que deveria, então a gente acha que criou-se aqui uma janela de oportunidade para o papel", completou o analista.
📉 No acumulado de 2024, o Ibovespa (principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo)cai 4,64%, enquanto os papéis da Hapvida caem 11,6%.
Para Felipe Pontes, especialista em mercado financeiro da L4 Capital, as ações da Hapvida caem ainda repercutindo as notícias sobre processos e descumprimentos de medidas judiciais, entretanto o mercado deve se atentar as perspectivas sobre o futuro.
"Em uma situação como essa, o mercado olha para o futuro. Se a qualidade do atendimento continuar nesse nível, isso poderá gerar mais processos ainda, causando mais valores a pagar e perda de clientes", disse o especialista.
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Em relatório, o Bradesco BBI informou que a judicialização não é exclusiva do grupo Hapvida. Os especialistas responsáveis pelo relatório citam que o aumento significativo no número de reclamações e ações judiciais está ligado a maior utilização de beneficiários depois da pandemia e as mudanças regulatórias em 2022.
Ainda, segundo o estudo, a cada mil beneficiários, 2.6 entraram com alguma ação judicial contra a Hapvida em 2023. Na SulAmérica, o número é de 5.5, a cada mil beneficiários, e no Bradesco é de 3.2.
O Investidor10 destaca que esta matéria não configura uma recomendação de investimentos.
Em esclarecimento ao mercado, na última sexta-feira (19), a Hapvida afirmou que estudos recentes realizados por associações e institutos do setor de saúde suplementar, como Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), reconhecem os impactos da crescente judicialização e suas complexidades.
A companhia informou que não possui "qualquer política ou diretriz para o descumprimento sistemático ou ordenado de decisões judiciais".
"Enquanto agente do setor de saúde, a companhia exerce o seu natural direito de defesa, dentro dos limites e regras processuais previstas", destacou a Hapvida.
O Banco pautou a análise devido a um estudo da ANS que mostra desempenho positivo do setor.
Às 17h50 (horário de Brasília), os ativos subiam 4,44%, a R$ 3,76.