Haddad diz que reunião com Tesouro dos EUA está cancelada

Ele apresentará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) as medidas de apoio voltadas às empresas exportadoras.

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Publicado em 11/08/2025 às 15:21h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 11/08/2025 às 15:21h Atualizado 2 dias atrás por Elanny Vlaxio
A fala foi feita em entrevista à GloboNews (Imagem: Shutterstock)

🚨 Nesta segunda-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que foi cancelada a reunião que teria com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. “A militância antidiplomática dessas forças de extrema direita que atuam junto à Casa Branca agiram junto a alguns assessores, e a reunião virtual que seria na 4ª feira foi desmarcada”, disse Haddad, em entrevista à GloboNews.

A reunião ainda não tem nova data prevista. “Então, nós estamos nesse momento nessa situação, informaram por e-mail. Está tudo registrado, são documentos oficiais.” Ele ainda acrescentou: Aqui há uma força política que tem a expressão na vida pública e que está fazendo uma espécie de antidiplomacia.

Haddad acrescentou que, na tarde desta segunda-feira (11), apresentará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) as medidas de apoio voltadas às empresas exportadoras. Segundo o governo, a medida provisória a ser editada tratará de reformas estruturais relacionadas ao Fundo de Garantia para Exportações e abrangerá regulamentações para o Banco do Brasil, o BNDES e o Tesouro.

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Mais cedo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro afirmou ao Financial Times que os Estados Unidos planejam impor novas sanções a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) caso se recusem a encerrar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.

⚠️ “Sei que [Trump] tem uma série de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras a uma nova onda de retiradas de vistos e questões tarifárias”, disse Eduardo ao “Financial Times”. Eduardo declarou que “Moraes esgotou todas as suas opções”, numa alusão ao pedido de prisão domiciliar de seu pai, imposto pelo ministro do STF na semana passada.

“Acredito que pode haver uma forte resposta dos EUA, talvez sancionando a esposa de Alexandre de Moraes, que é seu braço financeiro. Talvez uma nova onda de revogações de vistos, [aqueles] de aliados de Alexandre de Moraes”, disse o deputado federal.

Prisão domiciliar de Bolsonaro

Na última semana, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, ordenou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão veio após a constatação de que ele violou medidas cautelares impostas pela Corte.

Moraes apontou que Bolsonaro estaria se articulando com apoiadores e com seus filhos para usar as redes sociais na veiculação de mensagens que incentivam ataques ao STF.

💬 “Não há dúvida de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro, pois o réu produziu material para publicação nas redes sociais de seus 3 filhos e de todos os seus seguidores e apoiadores políticos”, afirmou o ministro.

Segundo Moraes, o motivo para a decisão foi a participação indireta de Bolsonaro na manifestação ocorrida no Rio de Janeiro, no domingo (3). Durante o evento, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) colocou o ex-presidente no viva-voz, permitindo sua fala ao público. O senador chegou a agradecer a presença do público.

“O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu, o senador Flávio Nantes Bolsonaro, decidiu remover a postagem realizada em seu perfil, na rede social Instagram, com a finalidade de omitir a transgressão legal”, disse Moraes.