Depois da confirmação do primeiro caso de gripe aviária no Brasil, dezenas de países decidiram suspender a importação de frangos e subprodutos. A primeira decisão em grande escala veio da União Europeia, que reúne 27 países.
❌ Além deste grupo, Argentina, Chile, Uruguai e China também informaram que não devem importar aves brasileiras neste momento. No geral, as decisões valem pelo período de 60 dias, mas podem ser estendidas, caso não haja controle da doença.
O caso em questão foi registrado na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, muito perto da fronteira com o Uruguai. Neste local, focado na produção de ovos férteis, 17 mil aves morreram por infecção do vírus H5N1.
A descoberta da gripe acontece em um momento crucial da indústria de frangos no Brasil, que tem visto seus números avançarem. No caso da Argentina, por exemplo, desde o ano passado, com o aumento do custo de vida no país, a exportação de aves tem ganhado relevância, mesmo sendo este um dos países que mais consomem carne vermelha no mundo.
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Uma estimativa do Ministério da Agricultura é que, de cada 100 frangos produzidos no Brasil, 35 deles são enviados para o exterior. Em 2024, a produção total do país foi de 14,9 milhões de toneladas, o que gerou uma receita de US$ 9,9 bilhões para a economia.
O Brasil é, ainda, o maior exportador mundial da carne, portanto, o controle sanitário é importante não só para abastecer o comércio interno como também o global. É importante destacar que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo e o risco de contaminação em humanos se dá para os profissionais da área.
🦠 Segundo a viróloga Helena Lage, o vírus influenza H5N1 foi identificado pela primeira vez em 1996 na China, mas logo foi contido. Alguns anos depois, já em 2003, foram revelados novos surtos, ano em que ele começou a ser espalhado globalmente.
O vírus ficou conhecido por afetar principalmente as aves silvestres, mas, desde 2022, tem sido identificado também em aves comerciais, que são criadas para reprodução ou venda. A transmissão acontece por meio do solo e da água contaminados.
"O que acontece é que alguns desses animais fazem migração, então dispersam o vírus para outros países e continentes", explica Ferreira, em entrevista à BBC. "O que chama a atenção é o surto em matrizes, que são aves reprodutoras com uma biossegurança mais rigorosa", observa.
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