Renda fixa isenta de IR está entre as captações favoritas das empresas em 2024
Emissão de debêntures e mercado secundário de renda fixa batem recordes entre janeiro e setembro, diz Anbima
O Ministério da Fazenda pretende criar um mecanismo para reduzir a volatilidade do dólar, de olho na atração de investimentos externos. Foi o que disse o ministro Fernando Haddad, em entrevista ao jornal O Globo.
🗨️ Haddad comentou sobre a intenção de ajustar a política cambial ao ser questionado sobre as prioridades da Fazenda para este ano de 2024. Ele disse que o objetivo é "implementar um projeto para diminuir a volatilidade do dólar, um instrumento do Tesouro para atrair investimentos externos, uma espécie de hedge cambial, associado a projetos de transformação ecológica".
Leia também: Boletim Focus: Mercado reduz expectativa para a inflação de 2024
Segundo a colunista de O Globo Miriam Leitão, o que está em estudo no governo é a criação de um mecanismo que que evite grandes oscilações da moeda e não uma espécie de cotação artificial. O projeto estaria sendo estudado pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, e pelo diretor do Banco Central e ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo.
💵 O ministro não deu mais detalhes sobre o projeto cambial, mas lembrou em outro trecho da entrevista que o câmbio teve um bom desempenho em 2023. O dólar fechou o ano passado aos R$ 4,85, com queda de 8,20%. O mercado, no entanto, espera que a moeda volte a subir e feche este ano de 2024 aos R$ 5.
Além da questão cambial, Haddad apontou outras duas prioridades para 2024: a regulamentação da reforma tributária e o acompanhamento das medidas necessárias para o cumprimento do arcabouço fiscal.
O governo tem uma meta de déficit zero em 2024. Porém, tem tentado elevar a arrecadação para poder cumprir essa meta fiscal.
"Estamos tomando medidas para cumprir a meta. Agora, mexemos pela primeira vez com muitas leis e há projeções de receita que demandam tempo para se medir os efeitos. O arcabouço vai ser cumprido como planejado", comentou Haddad.
Sobre a reforma tributária, Haddad indicou que os esforços devem focar na regulamentação da reforma aprovada em 2023, que trata da tributação do consumo. Isso indica, então, que a segunda etapa da reforma tributária, que trata do IR (Imposto de Renda), pode ficar para 2025.
🗓️ "O desafio de aprovar em 2024 a reforma do IR é que, como temos eleições municipais, há um problema de janela, que vai ter que ser avaliado pela política. A regulamentação do consumo precisa ser votada primeiro, até porque em 2026 ela já entra em vigor", declarou Haddad.
Emissão de debêntures e mercado secundário de renda fixa batem recordes entre janeiro e setembro, diz Anbima
Renda fixa em dólar pode ganhar mais fôlego com juros futuros em alta. Aqui no Brasil, a preferência é por títulos pós-fixados