Gigante brasileira negocia com maior desconto da década e banco aposta na alta

A WEG negocia com um desconto de 36% sobre o múltiplo preço/lucro (P/L) de empresas comparáveis no exterior — o maior patamar desde 2010.

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Publicado em 29/07/2025 às 16:03h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 29/07/2025 às 16:03h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
O banco manteve a recomendação de compra para as ações da companhia (Imagem: Shutterstock)

💰 Mesmo com uma performance negativa de quase 30% no ano, as ações da WEG (WEGE3) continuam no radar de grandes instituições financeiras.

Em relatório publicado nesta terça-feira (29), o Citi reduziu o preço-alvo da empresa de R$ 62 para R$ 53, refletindo revisões no modelo da casa após os resultados do segundo trimestre e ajustes nas premissas macroeconômicas.

Ainda assim, o banco manteve a recomendação de compra, enxergando um potencial de valorização de 44% em relação ao preço atual das ações, que eram negociadas a R$ 37,24 por volta das 14h36 (horário de Brasília).

Desconto histórico reacende interesse

O principal argumento do Citi está no valuation atrativo. A WEG negocia com um desconto de 36% sobre o múltiplo preço/lucro (P/L) de empresas comparáveis no exterior — o maior patamar desde 2010.

Tradicionalmente, a fabricante de motores era precificada com prêmio de cerca de 30% sobre seus pares.

“A WEG está sendo negociada a 21 vezes o lucro estimado para 2026, o que representa um dos menores múltiplos da última década”, destacou a equipe de análise. Caso volte a ser negociada em linha com o mercado global, o upside potencial seria de até 56%.

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Perspectiva de melhora operacional no segundo semestre

O Citi também projeta uma expansão nas margens da empresa no segundo semestre de 2025, impulsionada por uma combinação de melhora no mix de produtos e cenário positivo no segmento de Transmissão e Distribuição (T&D) — especialmente nos Estados Unidos e Canadá.

Sobre o impacto das novas tarifas de 50% que serão aplicadas pelos EUA às exportações brasileiras a partir de 1º de agosto, o banco calcula um efeito inferior a 7% no Ebitda da companhia.

Como forma de mitigação, a WEG avalia redirecionar parte da produção para o México, país beneficiado pelo acordo comercial USMCA.

Base acionária muda e pode favorecer ação no futuro

O relatório também destaca a mudança no perfil dos acionistas da WEG. Antes dominada por estrangeiros, hoje 53% do free float está nas mãos de investidores brasileiros, proporção bem diferente dos 20% registrados no passado.

📈 Segundo o Citi, essa virada pode se tornar uma vantagem competitiva. Isso porque, com o retorno gradual do capital estrangeiro à Bolsa brasileira, existe a chance de revisão positiva para ativos descontados, como é o caso da WEG.