G20 vai focar em tributação de mais ricos, diz Haddad

Reformas de instituições financeiras globais também estão nos planos durante a presidência brasileira no grupo

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Publicado em 13/10/2023 às 13:37h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 13/10/2023 às 13:37h Atualizado 3 meses atrás por Juliano Passaro
(Rovena Rosa/Ag Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta sexta-feira (13), durante a reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional), em Marrocos, que o Brasil, como líder do G20, buscará avançar na tributação dos mais ricos. Além disso, o ministro destacou que as reformas das instituições financeiras globais também estão em pauta. 

"Precisamos urgentemente melhorar as nossas instituições financeiras internacionais, fazer com que os mais ricos paguem sua justa cota de impostos, tratar do problema da dívida em um número crescente de países da África, Ásia e América Latina, e, de maneira eficiente, mobilizar recursos públicos e privados para uma economia global mais verde e sustentável", afirmou Haddad.

Haddad destacou que a presidência brasileira no G20 terá cinco eixos principais. São eles:

  1. a coordenação mundial eficaz entre as políticas econômicas e financeiras;
  2. o aprimoramento das instituições financeiras internacionais, a fim de torná-las mais representativas;
  3. o desenvolvimento de uma nova abordagem para uma tributação internacional justa;
  4. a promoção dos fluxos de recursos concessionais para países de baixa e média renda, além de avançar na resolução de grandes dívidas;
  5. a criação de mecanismos de compartilhamento de riscos entre o capital público e o privado, com foco na "mobilização de recursos para transformações ecológicas equitativas".

"Agora, o Brasil está pronto para se voltar aos desafios globais e promover um diálogo construtivo e produtivo em direção ao multilateralismo do século 21", destacou Haddad. 

Haddad salientou que os planos apresentados não são de difícil execução e destacou a importância deles para as gerações futuras. 

“Falhar em apresentar uma agenda como essa é que seria pouco realista, porque significaria comprometer as aspirações legítimas das gerações futuras”, disse o ministro. 

"Daremos especial atenção à promoção de mudanças estruturais nas economias em desenvolvimento e ao combate às desigualdades", complementou Haddad.

Presidência do G20

No dia 10 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu o martelo de madeira que simboliza a Presidência temporária do G20, durante o encerramento da 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do grupo, que reúne 19 das maiores economias do mundo, a União Europeia e, agora, a União Africana. A cerimônia aconteceu em Nova Delhi, na Índia, país que está na presidência do grupo até o final de novembro.

No discurso de alteração do comando temporário do G20, Lula afirmou que as três prioridades da presidência brasileira no grupo seriam: o combate à fome, pobreza e desigualdade; a transição energética e o desenvolvimento sustentável em suas três dimensões (econômica, social e ambiental), além da reforma do sistema de governança internacional.

A presidência brasileira no G20 começa em 1º de dezembro de 2023 e se encerra em 30 de novembro de 2024.