G20 divulga declaração final do evento no Brasil; leia trechos

20 maiores economias falaram sobre taxação de super-ricos, guerras e equidade de gênero

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Publicado em 20/11/2024 às 09:00h - Atualizado 22 horas atrás Publicado em 20/11/2024 às 09:00h Atualizado 22 horas atrás por Wesley Santana
(Imagem: Divulgação/G20)

Os países que compõe o G20 finalmente chegaram a uma versão final da carta que celebra o evento realizado no Brasil. Divulgado na noite desta segunda-feira (18), o documento de 24 páginas destaca, entre outros pontos, o Acordo de Paris, a reforma do comércio global, questões de equidade de gênero e os conflitos que acontecem pelo mundo.  

📄 Um dos pontos mais questionados -e que sofreu pressão por parte da Argentina- foi sobre a taxação dos super-ricos, no que ficou classificado como “indivíduos de patrimônio líquido ultra-alto”. Na versão final, os países reforçaram o esforço nesta área, considerando que deve haver respeito a soberania de cada nação. 

“Com total respeito à soberania tributária, nós procuraremos nos envolver cooperativamente para garantir que indivíduos de patrimônio líquido ultra-alto sejam efetivamente tributados. A cooperação poderia envolver o intercâmbio de melhores práticas, o incentivo a debates em torno de princípios fiscais e a elaboração de mecanismos antievasão”, dizem os líderes.

O texto também cita a guerra no Oriente Médio e pede um cessar-fogo na Faixa de Gaza com a criação de dois Estados, de Israel e da Palestina. Em relação ao conflito da Ucrânia, o texto não menciona a Rússia, mas ressalta os impactos negativos, como segurança alimentar e instabilidade macrofinanceira e a inflação.

“Saudamos todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura, mantendo todos os Propósitos e Princípios da Carta da ONU para a promoção de relações pacíficas, amigáveis e de boa vizinhança entre as nações”, pontuam.

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Xi Jinping, presidente da China, em discurso no G20 Summit (Imagem: Shutterstock)

O documento também fala sobre a inclusão da União Africana como membro pleno do G20, nos mesmos moldes da União Europeia. Até a última edição do G20, a África do Sul era a única representante do continente que é composto por 54 nações.

“Nós reiteramos nosso forte apoio à África, inclusive por meio do Pacto com a África e da iniciativa do G20 de apoio à industrialização na África e nos países menos desenvolvidos, e apoiamos a União Africana para realizar a integração comercial e econômica e as aspirações de sua Agenda 2063, que entra em sua segunda década de implementação”, comentam.

A carta do G20 é divulgada em todas as edições da reunião de Cúpula do grupo econômico e precisa passar por revisão e aprovação de todos os membros. Este é um momento bastante aguardado pois mostra ao público o tom geral do evento e também das reuniões bilaterais que os líderes das 20 maiores economias tiveram.

“Nós permanecemos resolutos em nosso compromisso de combater a fome, a pobreza e a desigualdade, promover o desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental e reformar a governança global. Nós saudamos a ambição da Arábia Saudita em antecipar sua vez de sediar a Presidência do G20 no próximo ciclo. Agradecemos ao Brasil por sua liderança este ano e esperamos trabalhar juntos em 2025 sob a presidência da África do Sul e nos encontrar novamente nos Estados Unidos em 2026”, conclui a carta.