E já definiu qual será seu primeiro gesto político nessa nova fase: articular, com apoio de lideranças de oposição, a aprovação de uma anistia aos condenados por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e demais processos ligados ao bolsonarismo.
Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Flávio declarou: “O primeiro gesto que eu peço a todas as lideranças políticas que se dizem anti-Lula é aprovar a anistia ainda este ano. Temos só duas semanas.”
O apelo ocorre em meio à prisão definitiva de Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses por crimes relacionados a tentativa de golpe de Estado, convocação de atos antidemocráticos e violação da tornozeleira eletrônica, que ele teria rompido com um ferro de solda.
A decisão foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que também citou manifestações públicas convocadas por Flávio como fator agravante.
Flávio Bolsonaro, que até então vinha sendo uma figura discreta no Senado, agora assume o centro da cena política como porta-voz e herdeiro político direto do pai, inelegível por 35 anos após a condenação.
Ele se torna, oficialmente, o nome da direita bolsonarista para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026.
A confirmação da escolha foi feita por Flávio na sexta-feira (5), também pelo X: “É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação.”
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, reforçou a declaração do senador. “Flávio me disse que o nosso capitão confirmou sua pré-candidatura. Então, se Bolsonaro falou, está falado!”, escreveu Valdemar.
A reação é explicada pelo que analistas e investidores veem como um retrocesso estratégico da direita, uma vez que o senador Flávio é considerado um candidato com menor capacidade de agregar o eleitorado de centro, comparado ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome preferido pelos agentes econômicos e visto como uma figura com maior viabilidade eleitoral frente a Lula.
📊 A candidatura de Flávio, avaliam especialistas, enfraquece a possibilidade de uma oposição moderada, dificulta a construção de pontes com o centro político e compromete os planos de parte da direita de lançar uma campanha competitiva, com maior aceitação entre os eleitores indecisos.