Quem tentou investir no
Tesouro Direto na manhã desta terça-feira (9) se deparou com a suspensão temporária da renda fixa do governo, que mantinha apenas a negociação do
Tesouro Selic. A volatilidade tomou conta das taxas oferecidas para se financiar as contas públicas, mais uma vez por conta do pré-candidato à Presidência
Flávio Bolsonaro (PL).
No caso da renda fixa, a pressão sobre os juros compostos foi tamanha que resultou em
circuit break (pausa temporária) no Tesouro Direto. Na volta das negociações, por volta das 13h (horário de Brasília), os juros reais se aproximavam de
IPCA+ 8% ao ano, recorde atingido em outubro de 2025.
Chama a atenção a disparada do
Tesouro IPCA+ 2029, cuja taxa oscilou de
IPCA+ 7,64% ao ano no último dia 4 de novembro (véspera do primeiro anúncio de Flávio Bolsonaro sobre sua pré-candidatura) para os atuais
IPCA+ 7,94% ao ano.
Em compensação, o preço unitário do título público indexado à inflação derrapou de R$ 3.556,18 para valer no momento R$ 3.527,06, prejuízo de quase -1% na marcação a mercado.
Só que quanto maior for o prazo de vencimento do título de renda fixa, maior é o impacto da forte subida das taxas no Tesouro Direto desencadeada pela corrida eleitoral. Um bom exemplo é o
Tesouro IPCA+ 2050, cujo rendimento saltou de
IPCA+ 6,78% ao ano para
IPCA+ 7,02% ao ano no mesmo período, culminando em uma desvalorização de -5,25% desde o último dia 4.