2025 é o ano do ouro caro e do dólar barato; saiba o pódio dos investimentos
Metal precioso se valoriza quase +30% no ano, ao passo que o dólar tem a maior queda anual desde 2016.
O Fed (Federal Reserve) cortou a taxa de juros americana pela primeira vez no ano nesta quarta-feira (17).
✂️ A redução foi de 0,25 ponto percentual, como esperado pela maior parte do mercado, e levou a taxa a oscilar entre 4,00% e 4,25%.
Com isso, o Fed inicia um ciclo de corte de juros que deve se estender pelos próximos meses e pode impulsionar os negócios na bolsa brasileira.
Segundo projeções econômicas apresentadas nesta quarta-feira (17), o Fed já vê espaço para mais dois cortes de juros em 2025, um em outubro e outro em dezembro.
Já para 2026, a maior parte dos diretores do Banco Central dos Estados Unidos projeta apenas uma redução da taxa de juros.
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O corte dos juros americanos era amplamente esperado pelo mercado. A dúvida era apenas sobre o tamanho do ajuste. A extensão do ajuste, contudo, foi quase que unânime.
📊 Entre os 12 membros do comitê que define o rumo dos juros americanos, apenas um discordou do corte de 0,25 ponto percentual anunciado nesta quarta-feira (17): Stephen Miran, que votou por um corte maior, de 0,50 ponto percentual.
Miran é assessor da Casa Branca e foi eleito para o Fed na véspera da reunião, em meio às tentativas de Donald Trump de ampliar a sua influência no Banco Central dos Estados Unidos.
Trump tem defendido o corte dos juros como uma forma de estimular a economia americana, inclusive fazendo críticas ao presidente do Fed, Jerome Powell. Além disso, tenta demitir a diretora do Fed Lisa Cook, sob a alegação de fraudes hipotecárias.
O corte dos juros americanos ocorre com a inflação americana ainda acima da meta de 2% perseguida pelo Fed, como uma forma de conter a desaceleração do mercado de trabalho americano.
🏦 Afinal, o Fed tem um duplo mandato, de garantir a estabilidade dos preços e promover o pleno emprego e os últimos dados do mercado de trabalho americano preocuparam.
A economia americana criou 22 mil vagas de trabalho em agosto, um resultado bem menor que os 75 mil postos de trabalho esperados pelo mercado.
Já a inflação americana acelerou 0,4% em agosto, passando a acumular 2,9% em 12 meses e reduzindo a chance de um corte mais agressivo dos juros nesta quarta-feira (17).
"O Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu duplo mandato e avalia que os riscos negativos para o emprego aumentaram", disse o Fed, ao anunciar o corte de juros.
Na avaliação do órgão, indicadores recentes sugerem que a atividade econômica moderou e a criação de empregos desacelerou nos Estados Unidos, o que levou a uma ligeira alta da taxa de desemprego.
💲 O Fed, por sua vez, reconheceu que a "inflação subiu e permanece relativamente elevada" e voltou a dizer que "a incerteza sobre as perspectivas econômicas continua elevada".
Conforme já indicado por Powell, uma dessas incertezas está relacionada ao impacto das tarifas anunciadas por Trump na inflação americana.
Para o presidente do Fed, as tarifas já começaram a afetar os preços nos Estados Unidos e ainda haverá novas altas. Ele acredita, no entanto, que pode ser algo pontual e não um novo processo inflacionário.
"Os riscos de uma inflação mais alta e persistente provavelmente diminuíram um pouco, e isso se deve em parte à desaceleração do mercado de trabalho e à desaceleração do crescimento do PIB", afirmou.
Powell indicou, então, que os riscos relacionados ao mercado de trabalho são maiores no momento e, por isso, justificam o corte dos juros.
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