Evergrande: ações voltam a ser suspensas em Hong Kong

Em crise financeira desde 2021, Evergrande agora também tem diretor investigado pela polícia

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Publicado em 28/09/2023 às 20:12h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 28/09/2023 às 20:12h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
Evergrande é uma das principais construtoras chinesas. Foto: Divulgação
A construtora chinesa Evergrande teve suas ações suspensas da Bolsa de Hong Kong novamente. A construtora vive mais um momento de crise por causa de investigações policiais relacionadas ao seu fundador.
Em comunicado ao mercado, a Evergrande disse que suas ações foram suspensas às 9h desta quinta-feira (28/09). A negociação continuará paralisada até segunda ordem.
As ações da Evergrande já haviam sido suspensas em 2022, quando o grupo não divulgou os resultados financeiros de 2021. O ano marcou o início da crise da companhia e, consequentemente, terminou com um prejuízo bilionário.
Só em agosto deste ano, 17 meses depois da suspensão, as ações da Evergrande voltaram a ser negociadas na Bolsa de Hong Kong. E a reestreia foi marcada por um baque de quase 80%, há exatamente um mês, em 28 de agosto.
Desde então, o papel seguia operando com alta volatilidade, sobretudo nos últimos dias. Na quarta-feira (27/09), um dia antes de serem suspensas novamente, por exemplo, as ações recuaram quase 19%.

Polícia

A nova suspensão das ações da Evergrande ocorre em meio a investigações policiais. O diretor executivo e presidente do conselho de administração da Companhia, Hui Ka Yan, estaria sob vigilância da polícia chinesa. Segundo a Evergrande, ele “foi alvo de medidas obrigatórias nos termos da lei por suspeita de crimes ilegais”.
Além disso, a construtora indicou recentemente que pode não cumprir o acordo de reestruturação de dívidas firmado em março com seus credores. A empresa cancelou reuniões e disse que julgava necessário reavaliar os termos do acordo “com base na situação atual da empresa”, porque “as vendas do grupo não têm ocorrido conforme o esperado”.
Depois disso, a Evergrande ainda comunicou que está impossibilitada de emitir novos títulos porque sua subsidiária principal, Hengda Real Estate Group, também está sendo investigada. A dificuldade acendeu o alerta de uma crise imobiliária na China, afetando mercados de todo o mundo.
Diante dessa situação, a própria Evergrande faz um alerta no comunicado ao mercado desta quinta-feira (28/09): “Os detentores de valores mobiliários e potenciais investidores da são aconselhados a ter cautela ao negociar com valores mobiliários da empresa”.