EUA vão vender visto por US$ 5 mi; Trump lança “Gold Card” para imigrantes ricos

O documento, que custará US$ 5 milhões, permitirá residência permanente no país e, eventualmente, acesso à cidadania americana

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Publicado em 17/04/2025 às 18:03h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 17/04/2025 às 18:03h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
A iniciativa busca atrair investimentos bilionários e substituir o atual modelo EB-5 (Imagem: Shutterstock)

🚨 O governo dos Estados Unidos lançará na próxima semana um novo tipo de visto voltado a estrangeiros de alto patrimônio, batizado de “Gold Card”.

O documento, que custará US$ 5 milhões (cerca de R$ 29,6 milhões), permitirá residência permanente no país e, eventualmente, acesso à cidadania americana, segundo anunciou o presidente Donald Trump.

A iniciativa busca atrair investimentos bilionários e substituir o atual modelo EB-5, programa que concede green cards para estrangeiros que investirem entre US$ 800 mil e US$ 1,05 milhão, com exigência de geração de empregos nos EUA.

Como vai funcionar?

De acordo com a Casa Branca, os pedidos poderão ser realizados diretamente no site da Secretaria de Comércio, ainda sem data exata divulgada.

O visto será vendido diretamente pelo governo norte-americano, em uma estrutura semelhante ao EB-5, mas com valor muito mais elevado e menos exigências operacionais.

Entre os principais pontos já divulgados:

  • O valor estimado será de US$ 5 milhões por visto;
  • O Gold Card garantirá residência permanente nos EUA e mais privilégios que o Green Card;
  • Os candidatos passarão por verificações de antecedentes e aprovação das autoridades americanas;
  • O visto poderá servir como passo inicial para a cidadania, segundo Trump;
  • O governo quer atrair bilionários, investidores e mão de obra qualificada estrangeira.Elon

Musk desenvolve sistema para viabilizar vendas

O projeto está sendo desenvolvido por uma força-tarefa liderada por engenheiros associados a Elon Musk, como parte do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) — órgão criado para cortar custos, mas que agora também atuará na geração de receita pública.

Os engenheiros Marko Elez e Edward Coristine trabalham com órgãos como o Departamento de Estado, Segurança Interna e Serviços de Imigração para desenvolver uma plataforma digital que permita venda e emissão rápida dos vistos, com um prazo estimado de até duas semanas para aprovação.

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Polêmicas e riscos

A proposta gerou críticas de especialistas e comparações com programas europeus de “Golden Visa”, adotados por países como Portugal, Espanha e Reino Unido e que foram alvo de advertências da Comissão Europeia por possíveis riscos à segurança interna e à lavagem de dinheiro.

Na Europa, o modelo consistia na concessão de residência permanente a estrangeiros que comprassem imóveis de alto valor. Muitos desses programas foram restringidos ou encerrados nos últimos anos.

Nos EUA, há temores de que o Gold Card facilite a entrada de oligarcas russos e investidores de países sob sanção internacional. Ao ser questionado, Trump respondeu: “Sim, possivelmente. Eu conheço alguns oligarcas russos que são pessoas muito boas.”

Nome, design e aliados

💳 Trump chegou a apresentar o protótipo do Gold Card: um cartão laminado com seu rosto ao lado da Estátua da Liberdade e da águia americana, símbolo do país. Segundo ele, o programa será lançado em até duas semanas.

A equipe por trás do projeto inclui ainda Joe Gebbia, bilionário cofundador do Airbnb, que se uniu ao time de Musk para ajudar na digitalização de serviços federais.

Por outro lado, a presença de nomes controversos como Elez e Coristine também gerou desconforto: o primeiro foi associado a uma conta anônima com conteúdo racista e eugenista, enquanto o segundo foi demitido após suspeita de vazamento de dados em uma empresa de cibersegurança. Ambos seguem envolvidos no desenvolvimento do sistema.