Escalada no Oriente Médio está longe de terminar; Israel promete respostas ao Irã

Países da região estão em guerra há quase um ano

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Publicado em 05/10/2024 às 08:00h - Atualizado 4 dias atrás Publicado em 05/10/2024 às 08:00h Atualizado 4 dias atrás por Wesley Santana
Tanque de guerra em operação na guerra entre Hamas e Israel (Imagem: Shutterstock)

Não é de hoje que os países do Oriente Médio se veem no meio de conflitos bélicos diretos. Essa situação se arrasta há muito tempo, mas se intensificou há cerca de um ano, quando o grupo terrorista Hamas fez um ataque à Israel.

Desde então, muita coisa aconteceu, de milhares de mortes a milhões de pessoas imigrando da Palestina para outros países. Um dado da ONU (Organização das Nações Unidas) mostra que o número de pessoas que deixaram seus lares em Gaza passa de 1,9 milhão depois que o conflito teve início.

Há duas semanas, a situação ficou ainda mais complexa, depois que Israel atacou o grupo Hezbollah. Tel Aviv montou uma estratégia em que vendeu equipamentos de comunicação offline -popularmente chamado de pagers- para líderes do grupo e depois os explodiu, matando alguns dos principais membros.

Logo depois, o exército israelense conseguiu também matar o líder do grupo libanês Hassan Nasrallah. Ele, que chefiou o grupo por quase 30 anos, foi morto no meio de um ataque aéreo feito na capital Beirute.

A resposta dessa morte não veio só do Hezbollah, mas também do Irã, que é um apoiador do grupo na região. As forças militares do país enviaram ao menos 180 mísseis contra Israel, que atingiram a capital do país.

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Erro grave

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou ter sido “um grande erro” do Irã e que eles vão “pagar por isso”. Ele ainda afirmou que o país já tem sua estratégia contra o vizinho, mas vai “agir no lugar e no momento que decidirem”.

Teerã, por sua vez, destacou que a resposta será ainda “mais esmagadora e arrasadora”, se Israel reagir. A comunidade internacional enxerga que Tel Aviv tem disposição para uma retaliação aos ataques iranianos, mas não há um consenso sobre qual país seria mais afetado pela escalada.

Diferente do Palestina, que conta com um arsenal militar limitado, o Irã chega a ter um exército maior que o de Israel. O IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos) mostra que Israel gasta mais do orçamento em Defesa que o Irã, além de ter vantagem tecnológica nos equipamentos, mas o efetivo militar tem uma diferença importante.

O Irã tem 650 mil soldados na ativa, quase 2 mil tanques de guerra, 550 aeronaves da força aérea e mais de 100 embarcações da naval. Já Israel conta com 170 mil militares, 1,3 mil tanques, 612 aeronaves e 67 embarcações.

Ataques cibernéticos

Neste meio, porém, há outro ponto que chama a atenção que são os ataques cibernéticos promovidos pelo Irã. Israel relatou ter sofrido 3,3 mil ações deste tipo entre outubro e dezembro do ano passado, logo depois do início da guerra contra o Hamas.

“A intensidade dos ataques cibernéticos é maior do que nunca, pelo menos três vezes maior, e com ataques em todos os setores israelenses. A cooperação entre o Irã e o Hezbollah (a organização militante e política libanesa) aumentou durante a guerra”, destacou a Direção Nacional Cibernética de Israel.

Esse tipo de ação é perigoso porque coloca em risco serviços básicos oferecidos ao país e à população. Em um dos ataques feitos pelo Irã, os israelenses testaram problemas no abastecimento de combustíveis, por exemplo.