Eneva (ENEV3) passa por "montanha-russa" na B3, entenda

Ações da elétrica derreteram 9,31% no 1º pregão do ano, mas sobem forte nesta sexta-feira (3).

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Publicado em 03/01/2025 às 15:53h - Atualizado 3 dias atrás Publicado em 03/01/2025 às 15:53h Atualizado 3 dias atrás por Marina Barbosa
Eneva pode ficar de fora do próximo leilão do governo (Imagem: Shutterstock)

A Eneva (ENEV3) começou o ano em uma "montanha-russa". Isso porque as ações da elétrica derreteram 9,31% na quinta-feira (2), mas sobem forte nesta sexta-feira (3), com o mercado reagindo às regras do próximo leilão de segurança energética do governo.

💡 O MME (Ministério de Minas e Energia) vai realizar um leilão de reserva de capacidade em 27 de junho e publicou as regras do certame pouco antes do primeiro pregão do ano. O texto, no entanto, cria entraves para a participação da Eneva. Por isso, as ações da companhia caíram forte na quinta-feira (2).

A portaria do MME permite que o governo compre energia de usinas termelétricas já existentes de 2025 a 2027, mas define que usinas novas devem ser contratadas para o período entre 2028 e 2030.

🗓️ Duas usinas térmicas da Eneva, no entanto, já têm contratos até 2027. Por isso, só estariam disponíveis a partir de 2028, mas não poderão ser contratadas nesse período se o governo for trabalhar apenas com usinas novas, como diz a portaria do MMME.

"As regras estabelecidas para as usinas térmicas existentes podem ser desfavoráveis para empresas como a Eneva, que estariam elegíveis para participar dos produtos do leilão a partir de 2028", comentou a XP, em relatório.

Queda foi exagerada?

Analistas do JP Morgan e do BTG Pactual, por sua vez, consideraram que o baque de 9,30% sofrido pelas ações da Eneva na quinta-feira (2) foi exagerado.

Além disso, o BTG fez críticas às regras definidas pelo MME. Para o banco, "a forma como o leilão foi projetado pode levar o sistema elétrico a contratar capacidade mais cara e arriscada".

"O Brasil precisa de mais energia em níveis de pico de demanda e não faz muito sentido favorecer nova capacidade mais cara em detrimento das existentes. A nova capacidade também representa o risco de não ser construída a tempo", afirmou o BTG, em relatório.

O banco disse, então, que seria "sensato" por parte do governo ajustar essas regras e permitir a contratação da capacidade de energia já existente também a partir de 2028. E lembrou que eventuais ajustes poderiam ajudar a Eneva.

Diante disso, as ações da elétrica sobem forte na bolsa nesta sexta-feira (3). Às 15h45, o papel avançada 4,29% e era negociado a R$ 9,96.

Diferente da Eneva, Copel (CPLE6), Auren (AURE3) e Eletrobras (ELET3) podem sair ganhando com as regras do leilão, segundo a XP. As ações dessas empresas, no entanto, operam em queda nesta sexta-feira (3), acompanhando o Ibovespa.