Empresário é preso em flagrante depois de mentir na CPI das Bets

Convocado como testemunha, ele foi conduzido à delegacia do Senado

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Publicado em 29/04/2025 às 16:12h - Atualizado 4 minutos atrás Publicado em 29/04/2025 às 16:12h Atualizado 4 minutos atrás por Wesley Santana
Depoente foi levado à Delegacia do Senado (Imagem: TV Senado)

Na tarde desta terça-feira (29), a Comissão Parlamentar de Inquérito das Bets determinou a prisão do empresário Daniel Pardim Tavares em flagrante. A ordem foi emitida depois que ele mentiu ao negar que conhecia uma de suas sócias.

👮‍♀️ O pedido foi feito pela senadora Soraya Thronicke (Podemos) -que também é relatora- e foi referendada pelos outros membros da CPI. Na sequência, o presidente do colegiado, senador Hiran Gonçalves (PP) chamou a Polícia Legislativa que levou o acusado para a delegacia do Senado Federal.

“Ele começou mentindo desde o começo, dizendo que não conhece o seu sócio. Ele mentiu mais de três ou quatro vezes, e nós demos a chance, repetimos perguntas. Ninguém constitui uma sociedade com quem você não conhece. Ele prestou o compromisso [como testemunha] de dizer a verdade naquilo que não o incriminasse. Mas ele também não pode omitir questões conhecidas... O que nós não podemos permitir é esse desrespeito dentro de uma CPI da maior casa Legislativa do país — disse a senadora, responsável pelo requerimento de convocação de Pardim.

Daniel foi à CPI na condição de testemunha, portanto, tinha a obrigação de dizer a verdade e responder às perguntas dos senadores. Para estes casos, a lei atual prevê uma detenção de dois a quatro anos de reclusão além de multa.

Pardim foi convocado por compor o quadro societário da empresa Peach Blossom River Technology, investigada por indícios de lavagem de dinheiro. Quando questionado se conhecia algum dos outros membros, o entrevistado negou.

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Diante disso, os parlamentares levantaram a hipótese de que ele estaria sendo usado como um “laranja”, um termo pejorativo relacionado a pessoas que emprestam seu nome para a abertura de uma empresa, sem estar necessariamente ligado ao negócio. Além desta empresa, seu também também está presente no quadro de outras, inclusive fora do país, de acordo com a CPI.

“São empresas como [as que exploram o jogo] do Tigrinho que tiveram bilhões e bilhões de reais, movimentando e criando empresas de pagamento que são as principais responsáveis pelo envio de recursos para outros países”, destacou o senador Izalci Lucas (PL) que compõe a CPI.

A CPI das Bets apura eventuais ligações das empresas de apostas virtuais com organizações criminosas. Os senadores também avaliam se as empresas estariam praticando alguma atividade ilícita.