Em meio a tarifaço, China autoriza expansão da compra de café brasileiro

Mais de 180 empresas foram habilitadas a vender grãos para o país asiático.

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Publicado em 04/08/2025 às 14:59h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 04/08/2025 às 14:59h Atualizado 3 minutos atrás por Wesley Santana
Café brasileiro é um dos mais consumidos no mundo (Imagem: Shutterstock)

No último final de semana, a Embaixada da China no Brasil anunciou que o país decidiu abrir mais do seu mercado para o café brasileiro. Desta forma, 183 empresas brasileiras passarão a poder enviar seus grãos para o outro lado do mundo.

☕️ A decisão de Pequim tem o potencial de aumentar ainda mais a relação entre os dois países, dando ênfase neste que é um dos principais produtos tupiniquins. Embora seja o segundo maior parceiro comercial, no ano passado, a China figurou entre o 14º maior comprador do café brasileiro.

No total, foram enviadas 55,9 mil toneladas, que geraram uma receita de US$ 216,2 milhões, de acordo com informações da Agrostat. Já no primeiro semestre deste ano, o país asiático comprou 31,5 mil toneladas, montante responsável por movimentar US$ 196,9 milhões.

Com o tarifaço aplicado por Donald Trump para os produtos brasileiros, a China surge como um dos eventuais mercados para cobrir a queda nas exportações à América do Norte. Diferente de outros produtos, o café não ficou fora do acordo, e pode sofrer um aumento de 50% na taxa de importação para os Estados Unidos.

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Isso também acontece no período em que a população chinesa tem aumentado o consumo do café, mesmo ainda distante de outros países. Em termos de comparação, a média de xícaras de café na China é de 16 por ano, enquanto a global chega a 240 por ano.

Outros produtos beneficiados durante o fim de semana foram o gergelim, a farinha de aves e carnes suínas. Outras 71 marcas que oferecem esses itens também foram habilitadas a enviar seus materiais para a China, conforme anúncio diplomático.

Entidade defende negociação com os EUA

Mesmo com a decisão da China, o setor cafeeiro pede que haja uma negociação mais plausível do governo brasileiro frente a Washington. Por meio de nota, a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) defendeu que há espaço para negociação com foco na reversão da taxa.

“A lista de exceções nos sinaliza espaço para caminhos de negociação”, disse a entidade. “[Estamos] colaborando com as autoridades, confiando na diplomacia brasileira, tomando as medidas possíveis junto aos atores envolvidos e apostando na força econômica e social do café para os EUA”, completa.