Em meio à Cúpula do Brics, Trump promete 10% de taxa para quem se aliar ao bloco

Presidente também fixou 1º de agosto para início da taxação geral; nações criticam postura dos EUA.

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Publicado em 07/07/2025 às 08:04h - Atualizado 6 minutos atrás Publicado em 07/07/2025 às 08:04h Atualizado 6 minutos atrás por Wesley Santana
Presidente Lula discursou na abertura da 17ª edição da reunião de Cúpula dos Brics (Imagem: Divulgação)

Os Estados Unidos estabeleceram o próximo dia 1º de agosto como data oficial para começarem os efeitos do tarifaço de Donald Trump. Desta forma, os países com os quais os EUA não fecharam um acordo bilateral serão taxados da maneira como o presidente anunciou em abril.

Além de reiterar as medidas, neste domingo, Trump prometeu impor um adicional de 10% para aqueles países que fizerem acordos com os Brics. Em post nas redes sociais, o chefe de Washington classificou o bloco econômico do Sul global como “políticas antiamericanas”.

"A qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas dos Brics, será cobrada uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a esta política", ameaçou Trump.

O anúncio de Trump acontece em meio à reunião de Cúpula do Brics que acontece no Rio de Janeiro. Líderes de todos os países que compõem o bloco estão reunidos para discutir diversas questões.

Em entrevista anterior, Trump afirmou que conseguiu fechar acordos com dezenas de países, que devem ficar de fora da taxação adicional. Ele ressaltou, ainda, que há uma outra leva de acordos para ser concluída nesta semana.

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"Bem, provavelmente as iniciarei em 1º de agosto, isso é bastante breve. Não é?", indagou aos jornalistas. "Acredito que teremos a maioria dos países prontos para 9 de julho, seja uma carta ou um acordo", completou.

O mercado tem olhado com bastante atenção às relações com a China, que chegou a ter um adicional de três dígitos oficializado pelo governo norte-americano. Ao que tudo indica, uma trégua entre os dois países foi acertada, então esse imposto deve ficar bem abaixo dos níveis divulgados em abril.

Questionado sobre uma suposta ameaça que estaria praticando aos países, o secretário de Tesouro dos EUA negou. Ele disse que os países podem escolher entre fazer acordos para reduzir ou deixar os índices anteriores.

"Não se trata de uma data limite. Estamos dizendo que é o que ocorrerá. Se quiser acelerar as coisas, vá em frente. Se quiser retornar às taxas anteriores, é sua escolha", indicou.

Críticas dos Brics

Em comunicado divulgado no último sábado (5), os países do Brics criticaram a imposição de tarifas feita pelos EUA. Sem citar Trump diretamente, os líderes disseram que isso enfraquece o comércio global.

"A economia global e os mercados financeiros têm sido cada vez mais sujeitos a incertezas elevadas e períodos de intensa volatilidade", disse o bloco. "Expressamos nossas sérias preocupações com a imposição unilateral de ações relacionadas ao comércio e às finanças, incluindo o aumento de tarifas e medidas não tarifárias que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)", acrescentou.