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🇻🇪 A Venezuela realiza, no próximo domingo (28), as eleições gerais que devem escolher o próximo presidente do país. O pleito acontece em meio a diversas controvérsias, especialmente porque os principais oponentes do atual presidente Nicolás Maduro foram impedidos de concorrer ao cargo.
Nesta semana, o presidente Lula comentou uma fala de Maduro sobre uma possível derrota nas eleições. O mandatário venezuelano declarou que poderia ocorrer "um banho de sangue e uma guerra civil” caso seu governo saia derrotado.
“Fiquei assustado com a declaração de Maduro”, destacou Lula. “Quem perde as eleições toma um banho de votos, e não de sangue. Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, completou.
A fala de Lula veio em um tom menos harmonioso do qual o petista costuma comentar a política de Caracas. No mês passado, ele também já havia feito um pedido público para que mais observadores internacionais participem do pleito.
“Já disse a Maduro que a única maneira de a Venezuela voltar ao normal é ter um processo eleitoral que seja respeitado por todo o mundo. Se Maduro quer contribuir para resolver o retorno das pessoas que saíram da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático”, comentou Lula, em entrevista a agências de notícias internacionais.
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Cerca de 17 milhões de venezuelanos estão aptos a votarem no próximo presidente. Segundo pesquisas de opinião, o cargo deve ficar nas mãos de Nicolás Maduro (Partido Socialista) ou do seu principal rival, Edmundo Gonzalez (Plataforma de Unidade Democrática).
De acordo com a empresa ClearPath, Gonzalez está na frente com 59% das intenções de voto, enquanto Maduro registra 31%. Outros candidatos aparecem com menos de 2% dos votos totais, mostra a consultoria.
O favorito para a vitória prometeu transformar o país em uma “terra de garça”, em referencia aos braços abertos da ave. Esse foi uma espécie de chamamento aos milhões de venezuelanos que deixaram seu país nos últimos anos dada a crise econômica e política.
“Vamos fazer com que esse sonho diário de se abraçar com seus entes queridos se torne realidade em seu país”, declarou ele em um vídeo publicado nas redes sociais. “Tenha a certeza de que a Venezuela voltará a ser aquele país hospitaleiro onde todos queriam vir e realizar seus sonhos”.
Em resposta a Lula, na terça-feira (23), durante um comício, Maduro disse que “quem se assustou, que tome um chá de camomila”, em referência ao comentário do petista. “Eu não disse mentiras, só fiz uma reflexão”, afirmou.
Nicolás também aproveitou o espaço para atacar o sistema eleitoral brasileiro e, sem provas, dizer que os resultados não são auditados.
“No Brasil, nenhum boletim de urna é auditado”, iniciou, fazendo um comparativo com o sistema venezuelano. “Temos o melhor sistema eleitoral do mundo, temos 16 auditorias. Em que outra parte do mundo se faz isso?”, indagou aos seus correligionários.
Ao contrário do que disse Maduro, as urnas brasileiras passam por um rigoroso processo de auditoria, antes e depois dos pleitos que acontecem a cada dois anos. Segundo informações da Justiça Eleitoral, órgão responsável pela organização e transparência da votação, a verificação dos locais de votação é dividida em três fases.
A primeira acontece 30 dias antes da data marcada para a eleição, quando é verificado o funcionamento da urna e a segurança delas. Depois disso, na véspera do pleito, ocorre uma votação teste com filmagem dos locais onde a prova está sendo realizada.
Já no dia da eleição, quando os presidentes de sessão finalizam as urnas, eles imprimem o boletim de urna que permite visualizar como foi o funcionamento do equipamento e a quantidade de votos registradas nele. O Boletim também mostra quais candidatos receberam votos e qual foi a numeração.
Além disso, os partidos políticos são autorizados a contratarem empresas privadas para auditarem os sistemas. Os softwares usados nas máquinas e na transmissão dos votos também passam por testes públicos antes das eleições.
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