Dólar pode bater R$ 7, diz Morgan Stanley

A situação foi analisada com base em um cenário de descontrole fiscal.

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Publicado em 10/12/2024 às 20:16h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 10/12/2024 às 20:16h Atualizado 1 dia atrás por Elanny Vlaxio
A observação foi feita levando em conta um cenário de descontrole fiscal (Imagem: Shutterstock)

O Morgan Stanley prevê que, apesar da recente valorização do dólar frente ao real, a moeda brasileira ainda pode sofrer uma desvalorização significativa. 

Em relatório sobre o mercado brasileiro, o banco projeta que, em um cenário de descontrole fiscal, a cotação do dólar pode alcançar a faixa entre R$ 6,70 e R$ 7,00.

🏦 “Na ausência de medidas fiscais que aliviem as preocupações com a trajetória da dívida pública, mais prêmios de risco podem ser precificados tanto no câmbio quanto nos juros”, diz o banco.

Diferentemente do padrão observado, o período de 2015 a 2016 apresentou uma forte desvalorização cambial, apesar da política monetária contracionista. 

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Tal fato foi atribuído às intensas preocupações com a situação fiscal do país. Atualmente, a piora no cenário fiscal reitera essa relação, segundo o banco, com a taxa de câmbio sofrendo pressões de depreciação.

“Tomando o período de 2015 como ponto de referência para uma perspectiva ‘bear’ (de desvalorização) que poderia ser precificada num cenário de dominância fiscal, chegamos à leitura de que os preços podem sofrer mais ajustes [de queda]”, aponta o banco.

💸 Conforme recorda a estrategista Ioana Zamfir, naquele período, o real experimentou uma depreciação de 30% em relação à cesta de moedas utilizada pelo banco como referência. Atualmente, a desvalorização da moeda brasileira frente a essa mesma cesta é de apenas 10%, indicando um potencial adicional para depreciação.

Caso a moeda brasileira sofra uma depreciação adicional em relação à cesta de divisas, atingindo os níveis observados em 2015, “seria consistente que o dólar alcançasse uma cotação entre R$ 6,70 e R$ 7,00, o que indicaria que os riscos associados à perda de controle fiscal já estariam amplamente refletidos nos preços dos ativos”.