De olho em 2026, Lula lança “Gás do Povo” em Minas para 15 milhões de famílias

Programa prevê distribuição de 65 milhões de unidades por ano com orçamento de R$ 3,5 bi.

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Publicado em 05/09/2025 às 12:24h - Atualizado 18 horas atrás Publicado em 05/09/2025 às 12:24h Atualizado 18 horas atrás por Wesley Santana
Gás do Povo vai entregar botijões diretamente por meio de lojas conveniadas (Imagem: Divulgação/PR)

Nesta quinta-feira (5), em Belo Horizonte (MG), o governo federal lançou o programa “Gás do Povo”. O objetivo é distribuir botijões para mais de 15 milhões de residências ao redor do país.

Segundo estimativa do governo Lula, serão enviados 65 milhões de botijões de gás anualmente de forma gratuita a quem preencher os requisitos. Para isso, o orçamento previsto é de R$ 3,5 bilhões, valor já contemplado pela LOA (Lei Orçamentária Anual).

Para ter direito ao benefício, os brasileiros precisam estar inscritos no CadÚnico e ter renda per capita de R$ 759, equivalente a meio salário mínimo. O programa entrará no lugar do Auxílio Gás, que será descontinuado depois que ocorrer a migração completa dos beneficiários, mudando a forma de repasse -de pagamento em dinheiro para a entrega do botijão diretamente.

As famílias com até 2 integrantes receberão três botijões de gás por ano, sendo que o acréscimo de cada familiar representa uma unidade a mais. O limite é de seis botijões anuais, destinados às famílias com mais de quatro integrantes, conforme desenho do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

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“Todo mundo tem que ter direito a comer e, para isso, precisa ter direito ao alimento e depois ao gás para cozinhar. É por isso que estamos tentando mostrar que o que falta nesse país não é dinheiro, é tratar o povo com o respeito e a decência que o povo brasileiro precisa”, disse o presidente Lula durante o evento de lançamento.

O gás será concedido por meio da compra direta, em que o beneficiário vai até um ponto físico de revenda e retira sua unidade. Isso será possível graças a um vale eletrônico que será disponibilizado por meio de um aplicativo oficial do governo federal.

As lojas poderão fazer a adesão voluntária ao programa, sendo identificadas com as marcas do programa público. O valor de cada unidade será definido, também posteriormente, com base na média do custo por estado.

“Começa, agora em setembro, a implantação desse programa com um conjunto de marcos regulatórios e, até o mês de março do próximo ano, queremos alcançar mais de 15 milhões de famílias beneficiadas com o Gás do Povo.”, destacou o ministro Wellington Dias do MDS.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), 12 milhões de famílias ainda utilizam lenha para cozinhar a comida diária. O governo argumenta que o uso desse tipo de tecnologia impacta a saúde da população e, no fim, aumenta os custos do SUS (Sistema Único de Saúde) para doenças respiratórias.

Minas Gerais no foco

A escolha de Minas Gerais para o lançamento do programa não foi uma questão aleatória. Tanto o presidente quanto os ministros estão com olhos atentos para este que é um dos principais colégios eleitorais do país, de onde podem sair muitos votos nas eleições que serão realizadas em 2026.

Nas últimas eleições gerais, Lula e Bolsonaro ficaram quase empatados no estado, embora o petista tenha tido uma vantagem de 0,4% em relação ao adversário. Agora, além de aumentar os votos no estado, o objetivo é apoiar também um candidato ao governo.

O mais cotado para essa vaga é Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado, filiado ao PSD. No Palácio do Planalto, diversos ministros falam no nome dele como um representante de Lula em MG.

"Eu sou entusiasta da candidatura do senador Rodrigo Pacheco. Jovem, dinâmico, presidiu o Congresso Nacional, tem prestígio para poder buscar recursos para Minas Gerais, tem espírito público e eu tenho absoluta certeza que ele terá coragem e disposição de poder servir aos mineiros e ajudar a transformar Minas Gerais", afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista à CNN.