CVM conclui inquérito da Americanas (AMER3) e 8 diretores são acusados; veja nomes

Instituição apura prática de insider trading (uso de informações privilegiadas, em português)

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Publicado em 19/10/2024 às 12:35h - Atualizado 4 minutos atrás Publicado em 19/10/2024 às 12:35h Atualizado 4 minutos atrás por Wesley Santana
Americanas está em Recuperação Judicial desde o ano passado (Imagem: Shutterstock)

🚨 Nesta sexta-feira (18), a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) informou a conclusão do inquérito que investigava o uso de informações privilegiadas no caso da Americanas (AMER3). A autarquia acusou formalmente oito ex-diretores da companhia de varejo por Insider trading, uma manobra ilegal em que pessoas usam dados antecipados para comprar ou vender ações no mercado financeiro.

O comunicado da CVM nomeia pessoalmente os seguintes ex-executivos: Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, Marcio Cruz Meirelles, José Timotheo de Barros, Anna Christina Ramos Saicali; Fabio da Silva Abrate, Marcelo da Silva Nunes, João Guerra Duarte Neto; e Fellipe Arantes Lourenço Bernardazzi. Agora, eles têm um prazo definido para apresentar suas defesas perante o órgão.

De acordo com a comissão, a investigação encontrou “elementos robustos contundentes e convergentes” para acusar os citados. O processo contou com apuração de documentos cadastrais, levantamento de ordens de compra e vendas, além de oitiva com investidores.

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A investigação é um desdobramento da ação que investiga a fraude contábil de R$ 20 bilhões, divulgada pela empresa em janeiro de 2023. Logo depois que as inconsistências foram divulgadas, o CEO Sergio Rial renunciou ao cargo e as ações a companhia chegaram a cair mais de 75% no pregão de 12 de janeiro.

Esse foi o pontapé inicial para uma das maiores crise de uma empresa de capital aberto no Brasil, agora em Recuperação Judicial, conforme autorização da Justiça. Hoje, a Americanas está fora dos principais índices da bolsa de valores, com uma ação que custa R$ 3,85 depois de um agrupamento na proporção 100 por 1.

Alguns dos acusados pela CVM são investigados em outros processos da mesma instituição e também civilmente pela Polícia. É o caso de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, que chegou a ser incluído na lista da Interpol e preso em Madrid, na Espanha, no último mês de junho.