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Além de cortar a Selic para 11,75% ao ano, o Copom (Comitê de Política Monetária) indicou nesta quarta-feira (13) que não pretende acelerar o ritmo de redução dos juros. O Comitê antevê novos cortes de 0,5 ponto percentual em 2024.
🗣️ "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", diz o comunicado do Copom.
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Com isso, o Copom põe fim à dúvida do mercado sobre o ritmo de corte da Selic em 2024. Analistas acreditavam que o Comitê poderia acelerar a redução dos juros no próximo ano, com um corte de 0,75 ponto percentual, por causa da melhora nos dados de inflação. O Copom, por sua vez, preferiu manter a cautela.
"A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", afirma o comunicado do Copom.
"Desde a última reunião, a gente teve uma série de indicadores positivos e a expectativa do mercado era se a diretoria ia considerar isso para uma eventual menção de aceleração do ritmo de 50 pontos. E não, o Banco Central não fez isso. Continuou sendo bem conservador", comentou o diretor de investimentos da Nomos, Beto Saadia.
"Ficou claro que o Copom pretende manter essa mesma magnitude de 50 pontos nas próximas reuniões", acrescentou a economista chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. Ela destacou também que o Copom usou o plural ao falar das próximas reuniões, já que também havia analistas considerando que o corte de 0,75 ponto poderia vir a partir da segunda reunião de 2024.
"É um Copom bem cauteloso e moderado no seu discurso em relação à condução da política monetária", acrescentou a economista chefe da Veedha Investimentos.
No comunicado desta quarta-feira (13), o Copom também destacou que a extensão do ciclo de corte dos juros dependerá da dinâmica inflacionária, bem como das expectativas da inflação.
"O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas", afirmou.
📉 O mercado, portanto, ainda diverge sobre até onde vai o corte da Selic. Segundo o Boletim Focus, o consenso atual é de uma Selic de 9,25% ao final de 2024. Economistas como Camila Abdelmalack, por exemplo, falam em juros de 10%. Já o economista chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, projeta uma taxa de 10,5% ao final deste ciclo.
"Seguimos projetando que a autoridade irá encerrar o ciclo baixista de juro a 10,50%, patamar atingido na reunião de 9 de maio, após dois cortes adicionais de 50bps e um terminal de 25bps", afirmou Sanchez. Para ele, a reancoragem das expectativas de inflação "segue sendo entrave para afrouxamento mais extremo da taxa de juros".
Camila Abdelmalack ainda apontou como uma possível barreira para o corte mais profundo dos juros o impasse fiscal. Afinal, embora o Ministério da Fazenda defenda um déficit zero em 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não descarta novas dívidas públicas para financiar projetos de desenvolvimento.
No comunicado desta quarta-feira (13), o Copom enfatizou a "importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária".
Com 2023 quase no fim, o BC (Banco Central) olha agora para os próximos anos. A meta de inflação é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, em 2024 e 2025. O BC, contudo, projeta uma inflação de 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025. O mercado projeta taxas de 3,9% e 3,5%, respectivamente.
O Copom reduziu a Selic de 12,25% para 11,75% nesta quarta-feira (13). Foi o quarto corte consecutivo de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros da economia brasileira. Para o Comitê, a decisão é "compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025".
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