Claudia Sheinbaum: a cientista que virou presidente do México

Filha de judeus, cientista e militante de esquerda, ela foi eleita com 30% de diferença

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Publicado em 04/06/2024 às 07:00h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 04/06/2024 às 07:00h Atualizado 1 mês atrás por Wesley Santana
Sheinbaum já foi prefeita da maior cidade do México. Foto: Arquivo Pessoal

No último final de semana, as urnas do México consagraram Claudia Sheinbaum como a primeira mulher a ser presidente do país latino. Ela venceu com uma margem relativamente grande em relação a sua oponente, Xóchitl Gálvez.

Sheinbaum recebeu quase 60% dos votos válidos, mantendo o poder nas mãos do grupo político do atual presidente Andrés Manuel Obrador. O Instituto Nacional Eleitoral (INE) apontou, porém, que apenas seis em cada dez eleitores compareceram às urnas.

A agora eleita presidente é formada em Física, com Mestrado em Engenharia da Energia e Doutorado em Engenharia Ambiental, todos pela UNAM (Universidade Nacional Autônoma do México). No meio do caminho, ela trocou a carreira científica e acadêmica para se dedicar à política.

Descendente de judeus que foram perseguidos, ela é filha de dois ex-militantes de esquerda e cresceu em um bairro de classe média da capital. Agora, aos 61 anos, além de seus dois filhos, carrega em seu currículo o fato de ter sido prefeita da capital Cidade do México, cargo que deixou em 2023, antes de concorrer a vaga de presidente.

Sheinbaum herda um governo que, embora envolto por escândalos, tem uma forte aprovação da população dada a estabilização econômica. O Movimento Regeneração Nacional, também chamado de Morena, é um dos partidos mais tradicionais do México, tendo sido fundado há apenas 10 anos.

Apoio internacional

Logo que os resultados foram divulgados, líderes de diversos países parabenizaram Claudia pela vitória. O primeiro-ministro do Canadá disse que a vitória foi histórica e frisou que o acordo de livre comércio entre os países é resultado de uma relação sólida.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que o México e a UE compartilham vínculos profundos e que espera fortalecer as relações bilaterais. Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden afirmou que espera trabalhar estreitamente com a eleita em um espírito de amizade.

O presidente Lula se manifestou por meio das redes sociais dizendo estar muito feliz com a vitória de Claudia e parabenizou o governo de Obrador. “Eu pretendo viajar ao México esse ano para fortalecer nossas relações comerciais. Somos as duas maiores economias da América Latina e podemos ter um maior fluxo entre os empresários de ambos os países”, escreveu no X (antigo Twitter).