China demonstra otimismo com a realidade econômica do país no Fórum Boao

O país acredita que sua economia tem vigor considerável e que alcançar a meta de crescimento para este ano será uma tarefa relativamente fácil.

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Publicado em 29/03/2024 às 14:02h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 29/03/2024 às 14:02h Atualizado 1 mês atrás por Jennifer Neves
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💰 As mensagens enviadas pelo governo chinês aos líderes políticos e econômicos globais no Fórum Boao para a Ásia, na China, foram marcadas por um otimismo notável em relação à economia do país. A perspectiva contrasta com as previsões de economistas estrangeiros.

Dentre as mensagens transmitidas, destacou-se a afirmação de que a economia chinesa está demonstrando um vigor considerável e que alcançar a meta de crescimento para este ano será uma tarefa relativamente fácil.

Além disso, foi salientado que o problema central da economia global não reside no influxo de produtos chineses baratos em outros mercados, mas sim na demanda externa insuficiente.

As referências à crise no setor imobiliário chinês foram escassas. Em vez disso, a mensagem geral transmitida foi a de que quaisquer desafios enfrentados pelo país serão apenas obstáculos temporários e que o futuro da economia global inevitavelmente se inclina em direção à China e à Ásia, em detrimento do Ocidente liderado pelos Estados Unidos. Durante o evento, autoridades chinesas enfatizaram que todos os países são bem-vindos a participar do trem do desenvolvimento chinês, com um foco claro em tecnologia, inovação e transição verde nos próximos anos.

Apesar desse tom otimista, alguns economistas expressam preocupações sobre as perspectivas de longo prazo para a China. Essas preocupações incluem os potenciais impactos da crise imobiliária na economia e a falta de estímulos governamentais para impulsionar o consumo doméstico. Ainda, temores sobre desafios demográficos em decorrência de uma população em declínio e crescente antagonismo com os EUA e aliados ocidentais são destacados.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê uma desaceleração do crescimento chinês para cerca de 3,4% antes do final da década, em comparação com os aproximadamente 5% atuais e os quase 8% registrados na década anterior à pandemia.

Essa visão é compartilhada por Zhu Min, vice-presidente do China Center for International Economic Exchanges e ex-funcionário do FMI, que ressalta a necessidade de a China se adaptar a um crescimento mais lento à medida que sua economia amadurece.

Alguns economistas estrangeiros temem que a China esteja novamente confiando excessivamente em investimentos e exportações para estimular um crescimento mais rápido, o que levanta preocupações entre governos sobre a inundação de produtos chineses em seus mercados domésticos.

No Fórum Boao, algumas autoridades chinesas reconheceram a necessidade de um investimento mais robusto, destacando a importância de manter um certo nível de intensidade para compensar o declínio no investimento causado pelo setor imobiliário e permitir que os estímulos contribuam mais para o crescimento deste ano.

Além disso, foram apresentadas soluções alternativas, como o incentivo para as fábricas chinesas investirem em países como México e do Sudeste Asiático, a fim de contornar as tarifas impostas pelo Ocidente, ou explorar os mercados consumidores em desenvolvimento além das fronteiras ocidentais.

Durante o evento, os participantes também demonstraram grande interesse nas sessões que discutiram o progresso da China em áreas desafiadoras para o Ocidente, como inteligência artificial (IA) e tecnologia verde.

Com informações da Dow Jones Newswires