Campanha de soberania não empolga e aprovação de Lula segue em 29%, mostra pesquisa

De acordo com os dados, 40% dos brasileiros classificam o governo como ruim ou péssimo, mesmo patamar observado na última pesquisa.

Author
Publicado em 02/08/2025 às 12:58h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 02/08/2025 às 12:58h Atualizado 1 minuto atrás por Matheus Silva
Já a avaliação positiva teve leve oscilação para cima, passando de 28% para 29% (Imagem: Shutterstock)

🚨 A expectativa de aliados do governo federal por uma recuperação na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a escalada nas tensões diplomáticas com os Estados Unidos, não se confirmou.

Segundo levantamento divulgado pelo Datafolha neste sábado (27), os índices de aprovação do governo se mantiveram praticamente inalterados em relação à pesquisa anterior, frustrando a estratégia de capitalizar politicamente o confronto com o presidente americano Donald Trump.

De acordo com os dados, 40% dos brasileiros classificam o governo como ruim ou péssimo, mesmo patamar observado na última rodada da pesquisa.

Já a avaliação positiva teve leve oscilação para cima, passando de 28% para 29%. A parcela que considera o governo regular caiu de 31% para 29%. Os que não souberam responder representaram 1%.

Na análise do desempenho pessoal de Lula, também foi identificada estabilidade: 50% dos entrevistados reprovam o presidente, enquanto 46% o aprovam.

O levantamento ouviu 2.004 eleitores em 130 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

➡️ Leia mais: Ações do Banco do Brasil (BBAS3) desabam e BTG vê risco“estrutural”; entenda

Tentativa de reação via soberania nacional

A estratégia do Palácio do Planalto consistiu em reforçar, nas redes sociais e nos meios de comunicação, o discurso de soberania nacional em resposta à decisão dos EUA de aumentar para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, medida anunciada por Trump em meio ao endurecimento de sua política comercial.

O presidente brasileiro reagiu publicamente, afirmando que as sanções impostas por Washington são “inaceitáveis” e classificando Trump como um “imperador” indesejado.

O governo também promoveu campanhas de comunicação em rádio e televisão, destacando o papel do Brasil na geopolítica global.

No entanto, os resultados do Datafolha indicam que essas ações não foram suficientes para reverter a tendência de desgaste político iniciada no início do ano.

O pico de desaprovação de Lula foi registrado em fevereiro, quando chegou a 41%.

Cenário eleitoral permanece indefinido

Faltando pouco mais de um ano para as eleições presidenciais, os números apontam para um cenário de polarização e incerteza.

De acordo com o instituto, o presidente petista enfrenta adversários da direita que aparecem tecnicamente empatados ou numericamente à frente, em diversas simulações.

Apesar disso, outras pesquisas mostram sinais distintos. Segundo levantamento da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, a popularidade de Lula voltou a superar a desaprovação pela primeira vez em nove meses.

A pesquisa ouviu 7.334 brasileiros adultos on-line entre os dias 25 e 28 de julho, com margem de erro de um ponto percentual.

No cenário de repetição do segundo turno de 2022, Lula aparece com 47,8% das intenções de voto, frente a 44,2% de Jair Bolsonaro (PL). Na rodada anterior, Lula tinha 44,4% e Bolsonaro, 46%.

Diferenças nas metodologias explicam contrastes

📊 A divergência entre os resultados do Datafolha e da AtlasIntel pode estar relacionada às diferenças nas metodologias de coleta de dados.

Enquanto o Datafolha realiza entrevistas presenciais em pontos de fluxo, a Atlas utiliza painéis online com controle estatístico de amostragem.

Ambas as pesquisas, no entanto, reforçam que o eleitorado segue dividido e atento ao desempenho do governo, o que torna o próximo ciclo eleitoral ainda mais imprevisível.