Caixa aumenta valor de entrada para financiamentos habitacionais

Banco público agora vai pedir entrada de 30%, e não mais de 20%

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Publicado em 11/10/2024 às 19:29h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 11/10/2024 às 19:29h Atualizado 1 mês atrás por Wesley Santana
Caixa é um dos maiores bancos do país (Imagem: Shutterstock)

🏚 A Caixa Econômica Federal está mudando as regras do financiamento habitacional. O banco enviou um comunicado aos agentes imobiliários dizendo que os financiamentos agora cobrirão apenas 70% do valor total, e não mais 80% como antes.

Segundo as novas regras -que valem para imóveis novos, usados, comerciais e empréstimos para a construção-, os consumidores agora terão que aportar um valor maior para conseguir o parcelamento. Isto é, se um imóvel custa R$ 100 mil, será preciso dar uma entrada de R$ 30 mil, e não mais de R$ 20 mil, como acontece até hoje no sistema SAC.

Pode ocorrer uma mudança também no parcelamento Price, em que a cobertura do banco vai cair de 70% para 50%, ainda segundo a reportagem. As novas regras devem entrar em vigor já no próximo dia 21 de outubro.

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Na análise dos especialistas, as mudanças ocorrem porque o banco público tem menos recursos para emprestar e porque se tornou mais seletivo na seleção dos contratos. Um dos motivos para isso é o movimento de baixa nas contas poupanças, de onde saem os recursos que financiam a concessão de crédito habitacional.

“O saldo da poupança vem caindo ano a ano, com retiradas de R$ 80 bilhões ao ano, reduzindo drasticamente o dinheiro na poupança. Como os bancos são obrigados a emprestar 65% do que tem de depósito na caderneta, mas não tem mais recursos, então eles serão mais seletivos na concessão”, explicou Alberto Ajzental, coordenador do curso de negócios imobiliários da FGV (Fundação Getúlio Vargas), em entrevista ao InfoMoney.

O financiamento habitacional da Caixa é uma das formas mais populares de aquisição de imóveis no Brasil. Estima-se que 7 em cada 10 créditos imobiliários aprovados no país sejam concedidos pelo banco.

A Caixa confirmou as mudanças, dizendo que a demanda por crédito está maior do que o orçamento aprovado para 2024. “Prevemos que nossa carteira irá superar o limite projetado para o período”, afirmou o banco em nota.

No último relatório divulgado, a instituição reportou um lucro líquido recorrente de R$ 3,2 milhões no segundo trimestre do ano. O valor representa um avanço de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.