Bradesco (BBDC4) ainda tem fôlego? BBA vê alta de 17% e dividendos “gordos”
O rali recente levou os papéis de volta ao patamar de 2022, após dois anos marcados por lucros pressionados e desafios operacionais.
A agência de classificação de risco Fitch revisou nesta quinta-feira (21) a nota de crédito do Bradesco (BBDC4). O rating foi reafirmado em BB+, mas a perspectiva passou de estável para negativa.
📉 Segundo a Fitch, a perspectiva negativa da nota de crédito do Bradesco reflete uma deterioração na qualidade e na rentabilidade dos ativos do banco acima do esperado.
"O banco sofreu um aumento significativo nos atrasos nos pagamentos de empréstimos de varejo, principalmente de empréstimos não garantidos no segmento de baixa renda", afirmou.
A agência de classificação de risco avalia que esses atrasos pressionam ainda mais a qualidade dos ativos do banco, que já haviam sido afetados negativamente por um "impairment específico". Isto é, com a provisão bilionário que o banco realizou para cobrir o risco de calote da Americanas (AMER3), depois que a varejista entrou em recuperação judicial.
💲 "Esses fatores culminaram em provisões adicionais que, combinadas a um apetite de crédito mais limitado, comprimiram as margens e a rentabilidade do Bradesco", declarou a Fitch.
Segundo a agência, o ROE (retorno sobre capital) do Bradesco caiu para 11,5% nos nove primeiros meses de 2023, depois de atingir 13,7% ao final de 2022 e 15,1% ao final de 2021.
🗓️ A Fitch reconheceu, por outro lado, que "o banco já está tomando fortes medidas para melhorar seus índices". Ainda assim, "acredita que as despesas gerais aumentarão em 2024 e que os resultados da recuperação só começarão a aparecer em 2025".
O rali recente levou os papéis de volta ao patamar de 2022, após dois anos marcados por lucros pressionados e desafios operacionais.
A instituição também destacou o avanço da rentabilidade com disciplina na concessão de crédito e controle dos indicadores de inadimplência.