Bolsonaro pretende disputar Eleições de 2026 e critica Marçal: “Chance só tenho eu”

A fala ocorre em um momento delicado para o ex-presidente, que vê aliados perderem espaço em eleições municipais.

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Publicado em 01/11/2024 às 15:15h - Atualizado 20 dias atrás Publicado em 01/11/2024 às 15:15h Atualizado 20 dias atrás por Matheus Rodrigues
Para Bolsonaro, a inelegibilidade não tem "cabimento" (Imagem: Shutterstock)

🚨 O ex-presidente Jair Bolsonaro reacende o cenário político nacional ao afirmar que pretende disputar a presidência em 2026, mesmo diante de sua atual inelegibilidade e das investigações em andamento na Justiça.

Em entrevista recente à revista Veja, Bolsonaro defendeu sua posição como a figura central da direita conservadora brasileira e expressou insatisfação com o sistema judiciário, em especial com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem acusa de perseguição.

A fala ocorre em um momento delicado para o ex-presidente, que vê aliados perderem espaço em eleições municipais e enfrenta a pressão de uma oposição cada vez mais organizada.

Aspirações para 2026 e críticas ao sistema judiciário

Apesar de estar inelegível e respondendo a uma série de processos, Bolsonaro revelou uma clara intenção de disputar as eleições de 2026, declarando-se injustiçado pelo sistema judiciário e afirmando que o único nome capaz de unir a direita conservadora é o seu.

Para ele, a inelegibilidade não tem "cabimento" e é apenas uma consequência de ações que considera arbitrárias, como a acusação de abuso de poder econômico, ligada a eventos públicos, e a reunião com embaixadores antes das eleições.

Segundo ele, esses episódios, amplamente criticados pela Justiça Eleitoral, não lhe renderam "um voto sequer".

Bolsonaro se mostrou especialmente insatisfeito com as investigações conduzidas pelo STF, ressaltando que sempre atuou “dentro das quatro linhas” da Constituição. Ele expressou temores sobre a imparcialidade dos julgamentos que enfrenta, sugerindo que a acusação de abuso de poder econômico e político tem um viés de perseguição.

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“Não temo ser julgado, mas questiono a imparcialidade de quem vai julgar”, destacou.

Em relação ao possível avanço das investigações sobre seu envolvimento em atos antidemocráticos, Bolsonaro acredita que o apoio popular será decisivo para reverter sua situação jurídica e recuperar seus direitos políticos a tempo para 2026.

Para viabilizar uma candidatura, Bolsonaro enxerga três possíveis caminhos: uma eventual mudança legislativa no Congresso, uma revisão do STF sobre sua inelegibilidade ou, em último caso, o registro de sua candidatura para que a decisão final recaia sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Esse último cenário o deixaria na expectativa até o último momento, mas, para Bolsonaro, seria uma alternativa viável caso consiga consolidar o apoio popular ao longo dos próximos anos, fortalecendo a narrativa de injustiça.

Críticas a Pablo Marçal e reinvidicação da liderança da direita

📊 Na entrevista, Bolsonaro foi categórico ao descartar outros possíveis líderes conservadores e reforçar que se vê como o único nome viável para 2026.

Ao comentar sobre Pablo Marçal, que vem ganhando visibilidade no cenário político de direita, Bolsonaro minimizou sua relevância. "Chance só tenho eu, com todo o respeito”, afirmou, em uma tentativa de reforçar sua posição como o líder incontestável do movimento conservador.

Marçal, que conquistou uma base de seguidores com discursos voltados para o empreendedorismo e uma retórica anti-establishment, foi criticado por Bolsonaro pela falta de maturidade política e por suas alianças questionáveis, como a recente live com Guilherme Boulos.

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De acordo com Bolsonaro, Marçal teria o potencial para um futuro político, mas já cometeu erros graves que comprometeram sua imagem, como sua suposta manipulação de um encontro com o ex-presidente.

“Ele quis me envolver na campanha dele, mesmo depois de eu ter deixado claro que já estava alinhado em São Paulo com o Nunes”, declarou Bolsonaro, sugerindo que Marçal teria buscado se beneficiar indevidamente de sua influência.

Embora reconheça a inteligência de Marçal, Bolsonaro sublinhou que ela foi usada “para o lado errado”.