Americanas (AMER3) tem prejuízo de R$ 496 milhões no 1T25

Receita líquida recuou 17,4%, já que as vendas da Páscoa ficaram para o segundo trimestre.

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Publicado em 15/05/2025 às 07:35h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 15/05/2025 às 07:35h Atualizado 2 minutos atrás por Marina Barbosa
Americanas havia lucrado R$ 453 milhões no mesmo período de 2024 (Imagem: Shutterstock)

A Americanas (AMER3) começou o ano no vermelho, impactada pelo calendário de datas festivas.

📉 A varejista teve um prejuízo líquido de R$ 496 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o lucro de R$ 453 milhões registrado no mesmo período de 2024.

Segundo a companhia, esse resultado se explica pelo "descasamento da data da Páscoa, importante evento da Companhia e que este ano ocorreu no segundo trimestre".

"Para se ter uma ideia desse efeito, o evento representou cerca de 32% da receita do primeiro trimestre de 2024 do varejo físico da Americanas", destacou.

💲 A Americanas havia faturado R$ 3,7 bilhões no primeiro trimestre do ano passado. Contudo, essa cifra caiu 17,4%, para R$ 3,1 bilhões, no mesmo período deste ano.

No primeiro trimestre de 2024, o resultado da Americanas ainda foi favorecido pelo reconhecimento de receitas provenientes do seu plano de recuperação judicial. Por isso, também há uma grande diferença em outras linhas do balanço do primeiro trimestre de 2025, apresentado nessa quarta-feira (14).

O valor de outras receitas/despesas operacionais, por exemplo, despencou de R$ 1,3 bilhão para R$ 65 milhões, um recuo de 95% na base anual.

Já o Ebitda ficou negativo em R$ 35 milhões, contrastando com o resultado positivo de quase R$ 1,4 bilhão do mesmo período de 2024.

O Ebitda ajustado foi negativo em R$ 20 milhões, contra R$ 243 milhões positivos de um ano atrás.

Páscoa

A Americanas garante, por sua vez, que segue em uma "trajetória de contínua melhoria operacional". E antecipou os dados da Páscoa para atestar isso.

🍫 Segundo a companhia, as vendas nas mesmas lojas cresceram aproximadamente 16% na Páscoa, alcançando o patamar recorde de R$ 1,2 bilhão.

"Mais consumidores procuraram a Americanas para suas compras, aumentando a quantidade de transações em quase 8% em comparação ao evento do ano passado. Além disso, o tíquete médio cresceu quase 7%, impactado pela alta no preço do cacau, principal insumo para produção dos itens", contou.

Já o número de itens vendidos diminuiu 6%, devido à "diminuição do poder de compra do consumidor aliada a preços mais altos de chocolate".

Ainda assim, a companhia conseguiu ampliar em 1,3 ponto percentual o seu market share no evento, que já é de mais de 50% do mercado de varejo, segundo dados da Nielsen.

Além disso, a Americanas disse que o maior fluxo de clientes permitiu alavancar as vendas de outros departamentos, como casa e vestuário.

Com isso, as vendas totais nas mesmas lojas cresceram 14,2% no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o que deve contribuir com os resultados do segundo trimestre deste ano.

Vale lembrar, contudo, que, no início deste ano, o presidente da varejista, Leonardo Coelho, avisou que a empresa deve continuar em "modo de recuperação" por mais alguns trimestres. A expectativa da empresa é encerrar o processo de recuperação judicial até fevereiro de 2026.