Americanas (AMER3): Ações caem e fortuna de acionistas cresce em 1 ano de crise

Ações da varejista caíram mais de 90% desde o anúncio do rombo de mais de R$ 20 bilhões

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Publicado em 11/01/2024 às 16:28h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 11/01/2024 às 16:28h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Americanas (Shutterstock)

Há exato um ano, a Americanas (AMER3) anunciava “inconsistências contábeis” que geraram uma das maiores crises do mercado de capitais brasileiros. Desde então, as ações da varejista caíram mais de 90% na B3. A fortuna dos seus principais acionistas, por outro lado, aumentou.

Ações em baixa

A Americanas reportou inicialmente um rombo de R$ 20 bilhões, que depois subiu para R$ 25,2 bilhões. Foi o suficiente para as ações despencarem 77% já no dia seguinte ao anúncio das inconsistências. O papel recuou de R$ 12 para R$ 2,72 em 12 de janeiro de 2023 e segue em baixa desde então, mesmo depois de a varejista conseguir aprovar o seu plano de recuperação judicial, em 19 de dezembro de 2023.

📉 Nesta quinta-feira (11), um ano depois do início da crise, a ação da Americanas é negociada na casa dos R$ 0,80. Isto é, 93% abaixo do nível registrado antes do anúncio das inconsistências contábeis. 

A B3, que impõe limites às chamadas penny stocks (ações negociadas por centavos, por sinal, já notificou a Americanas sobre o preço do papel. A varejista tem até 30 de abril para fazer as ações voltarem a ser negociadas acima de 1% de forma sustentável e, para isso, não descarta um grupamento de ações

Fortunas em alta

A fortuna dos acionistas de referência da Americanas -o trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles-, por outro lado, subiu neste um ano de crise. Jorge Lemann, por sinal, figura como a pessoa mais rica do Brasil no ranking de bilionários da Bloomberg. Marcel Telles é o terceiro e Carlos Alberto Sicupira, o quinto do ranking.

📈 Segundo o ranking da Bloomberg, Jorge Paulo Lemann tem uma fortuna estimada em US$ 23,8 bilhões. Isto é, cerca de R$ 116 bilhões na cotação desta quinta-feira (11). A fortuna teve um acréscimo de aproximadamente US$ 205 milhões ou 0,9% em um ano, mesmo em meio à crise da Americanas. Em 11 de janeiro de 2023, somava US$ 21,6 bilhões.

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Marcel Telles tem uma fortuna de US$ 10,9 bilhões, cerca de R$ 53 bilhões. O valor subiu 1,4%, o equivalente a US$ 152 milhões desde o início da crise nas Americanas, quando estava em US$ 9,9 bilhões. Por fim, Carlos Alberto Sicupira tem um patrimônio de US$ 9,16 bilhões, quase R$ 55 milhões. É um valor US$ 148 milhões superior, alta de 1,6%, em relação ao de 11 de janeiro de 2023, quando estava em US$ 8,46 bilhões.

O patrimônio consolidado dos três acionistas de referência das Americanas, portanto, soma US$ 43,8 bilhões, quase R$ 214 bilhões, atualmente. Antes do anúncio das inconsistências contábeis na varejista, era de US$ 39,9 bilhões, ou R$ 194 bilhões em valores atuais. Isto é, uma alta de aproximadamente 9,7%.

Recuperação judicial

💰 Para conseguir fechar um acordo de recuperação judicial com os credores, o trio de acionistas de referência das Americanas concordou em injetar R$ 12 bilhões na varejista. Desse valor, R$ 1,5 bilhão já foi pago e outros R$ 3,5 bilhões devem ser adiantados para os primeiros pagamentos do plano.

Bancos credores também devem injetar R$ 12 bilhões na Americanas. Com isso, tanto a participação acionária do trio de bilionários quanto a dos credores vai subir. Hoje, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles são detentores de 30,1% do capital social da Americanas, mas essa fatia deve passar dos 45% após o aumento de capital, segundo os cálculos da varejista.