Mercosul e União Europeia devem assinar acordo comercial histórico em 20 dezembro

Tratado pode beneficiar 700 milhões de pessoas e gerar bilhões em oportunidades econômicas.

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Publicado em 06/11/2025 às 11:53h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 06/11/2025 às 11:53h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
Lula e Ursula se encontraram durante evento da COP 30, em Belém (Ricardo Stuckert/PR)
Lula e Ursula se encontraram durante evento da COP 30, em Belém (Ricardo Stuckert/PR)

Um acordo comercial entre dois dos principais blocos econômicos do mundo finalmente vai sair do papel ainda este ano. O Mercosul e a União Europeia vão firmar o contrato em 20 de dezembro, conforme destacou o Itamaraty.

O desfecho para o acordo teria sido resolvido durante encontro entre os presidentes Lula (Brasil), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia) e Alexander Stubb (Finlândia). Os três participam da Cúpula do Clima, realizada em Belém, antes da COP30.

“A presidente da Comissão Europeia reafirmou sua crença e firme esperança de que o acordo seja assinado no final do ano, em 20 de dezembro, no Rio de Janeiro”, afirmou o ministro Mauro Vieira. É nesta data que deve acontecer a Cúpula do Mercosul, sediada no Rio de Janeiro, em ocasião da presidência rotativa do bloco.

O grande impasse na assinatura do acordo estava no apoio dos países que compõem a Zona do Euro. O mandatário finlandês, portanto, reafirmou sua visão positiva em relação à matéria, o que dá mais força para que o contrato siga adiante.

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Esse é um dos temas tratados com prioridade pelo Planalto neste momento, na tentativa de conseguir uma vitória importante durante a presidência do Brasil no Mercosul. Até o final de dezembro, Brasília é responsável pelas tratativas feitas dentro do bloco, que reúne algumas das principais economias da América do Sul.

“Ambos os mandatários (Lula e Stubb) apoiaram a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia por ocasião da Cúpula do Mercosul, que será realizada no Rio de Janeiro, em dezembro”, diz a nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

O acordo Mercosul-UE vem sendo costurado desde 1999, mas só saiu do papel verdadeiramente em 2024, quando os dois lados anunciaram um passo inédito. No entanto, para que comece a vigorar, é preciso a ratificação dos membros da Comissão Europeia, em um pleito com 65% dos votos favoráveis.

Caso entre em vigor, o tratado reuniria mais de US$ 22 trilhões em PIB (Produto Interno Bruto), beneficiando mais de 700 milhões de pessoas, entre europeus e sul-americanos. Também nesta semana, o presidente da Câmara dos Deputados defendeu a assinatura do documento.

“Um instrumento essencial para o aproveitamento desse potencial é o acordo Mercosul-União Europeia. A Câmara dos Deputados está comprometida com o avanço desse acordo, consciente de que ele trará oportunidades significativas para nossos produtores, gerará empregos, atrairá investimento e fortalecerá nossa inserção na economia global, servindo também como uma resposta ao unilateralismo e ao protecionismo que ameaçam a ordem multilateral”, disse Hugo Motta (Republicanos).